Capítulo 19.

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O sol resolveu aparecer com vontade depois de um longo tempo com dias nublados, a sensação de calor fez questão de matar a saudade e a manhã começou com uma agitação típica de Noora Mendes. Tudo bem, final de semana e sol é uma ótima desculpa para sair, mas será necessário mesmo acordar cedo? Porque nove horas é bastante cedo neste caso.

— Noora, por favor! Qual é o seu problema? — Tampei meu rosto tentando me livrar da claridade assim que as cortinas foram bem abertas, assim como a janela. — Para com isso, que droga!

— Cala a boca. — Me sentei ainda desnorteada.

— Pra onde nós vamos mesmo? — Parei um instante.

— ENTRA NESSE BANHEIRO ANTES QUE EU TE MATE! — Gritou impaciente e eu ri correndo em direção a porta, pouco antes de ser atingida por uma almofada. — Você tem dez minutos e vamos para a casa do Taylor, hoje tem pool party.

— Gente o que é isso? Estão se matando? — Ouvi a voz do Eric. — Cuidado que pode ocorrer uma troca de venenos... Sabe como são as najas, né?

— Falou a jararaca. — Ela respondeu com risadas ao fundo. Moro num manicômio e não me dei conta, ri ao entrar no box e abri o chuveiro deixando que a água me molhasse de uma vez.

Nada como uma ducha para revigorar, sai do banho renovada e menos sonolenta, porém com o humor ainda sensível a alterações. Me troquei colocando o biquíni por baixo da roupa, apenas arrumei o cabelo molhado e me olhei no espelho admirando a cara de sono, talvez devesse aplicar alguma coisa que disfarçasse as olheiras, mas decidi que era cedo demais e eu teria um total de zero paciência para fazer isso. No caminho até a sala já escutei um borburinho, nada decifrável, no entanto suficientemente inconveniente.

— Ela acha que é assim "Vim deixar" e pronto tudo resolvido? Aqui virou creche agora? — Noora esbravejou revoltada.

— Calma mana, vai ver foi algum imprevisto! Adianta você fazer esse escândalo? Deixa subir agora ou ela não vai sair daqui. — Eric deu de ombros e eu me aproximei dois dois.

— Imprevisto? Hahaha. — Riu irônica. — Você não sabe de nada, ela quer é fazer a Julie de babá. Acontece que não somos empregadas e também temos uma coisa chamada vida, não se deve aproveitar da bondade alheia!

— Ouvi meu nome. — Me intrometi. — Maya. Acertei?

— Sua mãe tá lá embaixo, interfonou dizendo que deixou a Maya aqui porque tem um compromisso importante. — Revirou os olhos.

— Sinceramente, não sei como a Maya aguenta tudo isso. Já que não tem jeito, deixa ela subir e a levamos pra festa... Vai ser uma boa oportunidade pra ela socializar.

— Ta bom, depois não diga que não avisei. — Fechou a cara permitindo a subida.

— Noora! — Bufei pegando uma maçã na fruteira. — Eu chamo o Luke, ele vai amar fazer companhia pra ela.

— Luke?

— Filho da minha madrasta. — Expliquei dando mais uma mordida. — Ele tem uma quedinha por ela... — Puxei o celular do bolso e digitei rapidamente uma mensagem o convidando, ainda bem que ele estava online e desocupado hoje. — Feito! — A campainha tocou.

— Deixa que eu abro. — Eric passou na frente. — A beleza é genética! — Riu dando espaço e a Maya apenas o encarou de soslaio sem muita convicção. — Garota, você é gótica ou algo do tipo? Eu em, credo dá pelo menos um sorriso! — Minha vez de o reprimir com o olhar.

— Maya, já que você está na nossa casa pode começar a socializar, hum?

— Oi Eric. — Sorriu forçado e voltou a mexer no celular.

Luz, câmera e... Paixão! Where stories live. Discover now