Capítulo 15.

28 10 29
                                    

Julie Young.

Acordei com a cabeça explodindo, não era pra menos depois da noite animada de ontem, a Noora me fez beber e a muito tempo não fazíamos isso tão intensamente. Sei que foi bom esquecer um pouco da vida, porém a realidade dura fez questão de voltar com tudo sobre o meu cérebro atordoado me lembrando que ressaca é horrível.

Levantei sem muita coragem deixando a cama na maior bagunça, busquei forças para tomar um banho antes de ir tomar um café e comer alguma coisa que sustentasse em meu estômago. Não passei muito tempo no chuveiro, apenas o suficiente para recuperar um pouco da minha sobriedade, fazendo meus neurônios funcionarem com mais eficiência. Cheguei na sala ainda confusa me acostumando com o fato de já ser dia e o sol invadir a casa, ouvi o barulho vindo da cozinha enquanto caminhava até que me deparei com algo estranho plantado na sala.

— AI! O que é isso? — Me assustei chegando mais perto. — Pegadinha à essa hora da manhã? — Indaguei vendo o Eric cruzar o meu caminho.

— Primeiro que já são onze horas, querida. Segundo, mais respeito com o meu amor! — Riu se agarrando na figura de papelão. — Ele não é lindo? — Suspirou abraçado.

— Você enlouqueceu? — Ri incrédula vendo um Noah em tamanho real e sem camisa no meu apartamento. Tentei tocar, mas levei um tapa antes de cair na gargalhada sem controle algum. — É sério?

— Deixa ele! — Puxou pra si. — Você não quis me dar o poster, agora ELE É MEU! — Jogou os cabelos para trás. — Tá com inveja?

— Posso saber onde você vai enfiar isso? — Tentei ficar séria outra vez.

— No meu quarto, oras! Vou acordar todo dia e poder dar bom dia pro gostosão. — Beijou a bochecha do falso Noah. — Ele é muito lindo, não sei lidar... — Passou a mão na "barriga" de papelão.

— Você não existe! — Balancei a cabeça negativamente. — Acho bom guardar isso, não sei se o Noah vai ficar muito feliz em saber que você tem um dele de papelão. — Brinquei recebendo um beijo no ombro em resposta. — Ridículo! — Revirei os olhos.

— Meu amor, seu recalque não me atinge. Se você quiser, posso até mandar fazer um de presente. — Disse colocando duas xícaras na mesa e serviu o café. — Depois de ontem tenho certeza que vai precisar de cafeína. — Comentou preenchendo a segunda xícara.

— Não, obrigada. — Ri dispensando a oferta. — O Noah é bonito, mas esse negócio parece um fantasma. Prefiro o real. E... Como você sabe de ontem? Digo, o que você sabe?

— Prefere o real é? — Sorriu de canto. — Hum... É por isso que você chegou ontem aqui falando que ele era maravilhoso? Não sei como vocês duas acertaram o andar, só sei que chegaram abraçadas falando coisas aleatórias e a Noora ria sem parar.

— Meu Deus. — Suspirei passando a mão no rosto. — Eu falei isso?

— Falou ué, na verdade berrou. Porém, eu não deixei que acordassem os vizinhos assim como fizeram comigo. Sua amiguinha deu trabalho pra dormir, tá?

— Isso é pra você ver como é bom aturar porre. — Alfinetei e ele revirou os olhos mostrando a língua. — Tem remédio aí?

— Toma logo e não reclama. — Me entregou uma cartela. Pelo visto o dia começou agitado.

— Que barulho é esse aqui? Minha cabeça tá doendo! — Uma Noora descabelada e sonolenta surgiu ao fim do corredor. — Ai, merda! — Praguejou ao esbarrar no papelão. — O que é isso?

Luz, câmera e... Paixão! Where stories live. Discover now