Capítulo 14.

35 9 16
                                    

Noah Miller.

Todo mundo acha que o estrelato só rende coisas boas, afinal de contas o dinheiro compra muita coisa que certamente proporciona felicidade.

Mas tudo tem seu preço nessa vida, esses dias passei uma semana longe de casa por causa de mais uma pré especial. Cumprir com meus deveres é sempre essencial, caso contrário sou extremamente cobrado, por menor que seja o deslize alguém vai notar e vai transformar em uma tempestade infindável criando falsos conteúdos pela rede. Confesso que amo meu trabalho com todo cansaço e todos os riscos que ele oferece, poder doar um pouco de mim às pessoas em troca de sorrisos e abraços não tem preço, sobretudo, quando me torno um dos poucos motivos pelos quais a pessoa sorri.

O Ethan me fez companhia, aliás ele reservou um ótimo hotel diga-se de passagem, agora já estamos na minha casa arriscando uma partida de PES no videogame.

— Não sei porque pede pra jogar, já tá perdendo! — Comemorou o segundo gol aos quinze minutos.

— Para de se gabar, você não tá com cansaço acumulado. — Rolei os olhos voltando a me concentrar na tela, mesmo com meu corpo pedindo arrego.

— Se fosse a "Julie" você não ia estar assim. — Debochou recebendo um olhar em repreensão. No mesmo segundo, por coincidência ou não, o telefone tocou fazendo o nome dela piscar na tela. — Viu só? Seu amorzinho já tá ligando... — Socou meu braço provocando. — Não vai atender?

— Me dá isso! — Puxei o telefone de volta antes de atender ligeiramente. — Alô? — O barulho ao fundo me deixou confuso, nenhum sinal de fala. — Julie, tá tudo bem?

— ALÔ? — Uma risada forte soou do outro lado. — Não é a Julie, seu bobinho. É a Noora, lembra? Enfim, tô te ligando porque estamos num karaokê e a Julie tá bem animadinha. — Risos de novo.

— Você tá bêbada também, né? — Franzi o cenho olhando o Ethan, que também não entendia porcaria nenhuma. — Onde exatamente vocês estão?

— Eu tô ótima, só bebi um pouquinho. Juro! — A voz meio embolada me fez ter certeza que sim, muito pouco. — Vou te passar o endereço por mensagem, tchau. — Desligou sem esperar resposta.

— A Julie tá bêbada? — Perguntou surpreso. — Ela não era quieta e tímida?

— Quem ligou foi a Noora, mas é bem possível que ela esteja também. — Ri dando de ombros. — Tudo que eu sei é que estão em um karaokê e ela vai me mandar uma mensagem com o endereço.

— Hum e você vai socorrer sua namoradinha? — Prendeu o riso. — Tadinha, será que tá muito mal? — Atirei uma almofada acertando a cara dele.

— Cala a boca! — Me irritei. — É sério, se ela tá bêbada deve ter motivo. E ela não é minha namorada, somos amigos e eu me importo. — Bufei impaciente.

— Tá bom, será que posso pegar o número dela então? Sabe como é, achei ela linda... — Tomou o celular das minhas mãos abrindo a agenda com certa habilidade.

— NÃO! — interrompi pegando o aparelho de volta. — Você não vai fazer isso. — Bloqueei o ecrã me certificando de que ele não saberia a senha.

— Ui, magoou? — Brincou se esquivando da segunda almofada. — Por que não admite que está a fim? Qual é? É só uma quedinha.

Luz, câmera e... Paixão! Where stories live. Discover now