13. Fim de Festa

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Apesar de gostar da interação de Tyler com a sua família e os amigos do seu pai, eu não estava aguentando ficar em pé, o motivo é simples: meus pés estavam sendo esmagados, pouco a pouco, pelo salto alto que Noah me obrigou a colocar.

Eu estou linda com ele... Mas eu não fui acostumada a andar com eles e agora estamos na festa, sofrendo a cada passo.

– Tyler – puxo a manga do seu paletó com delicadeza e ele abaixa a cabeça para falar comigo – eu preciso ir ao banheiro.

– Quer que eu vou com você? – dá um sorriso malicioso – Aliás... – ele abaixa a voz – Se quiser, pode usar o banheiro do meu quarto, para uma pequena visita, tem uma banheira generosa e...

– Tyler – bato no seu ombro com a minha bolsa – Pelo amor de Deus, estamos no meio da festa.

Ele ri enquanto eu sinto o rosto corar. Tyler me ama, o quarto dele não estava longe, ele é o meu primeiro em tudo praticamente, o primeiro garoto a falar comigo com interesses românticos, meu primeiro beijo, meu primeiro namorado, meu primeiro amor... Eu estou preparada para ele ser o meu primeiro a me tocar também.

Eu tenho certeza.

– Mas depois podemos ir para o meu quarto mesmo assim – ele diz com um sorriso meio descontente no rosto – para poder escapar da festa, confesso que estou chegando ao limite. Parece que eu estou fazendo uma prova oral toda vez que converso com alguém... Colton estava pensando em dar uma fugida também, seria a nossa chance.

– Combinado, faremos isso, nós vamos para o seu quarto, mas quero que seja só nós dois. – digo a ele, que arregala os olhos e estranha o meu tom de voz baixo.

– Por que parece que tem dois sentidos nessa frase?

– Porque talvez tenha! – digo gaguejando e ele sorri ainda mais – O que foi?

– Você é sexy, já disse isso? – ele me dá um beijo na testa – Eu não quero apressar nada, Jackie, já conversamos sobre isso, eu já disse a você que vou esperar o tempo que for.

Eu queria ter ânimo para apreciar as palavras de Tyler, ouvir isso da boca dele me trazia conforto e me fazia querê-lo ainda mais por ser compreensivo comigo. Entretanto, meus pés estão moídos no salto, literalmente, me impedindo de poder reagir normalmente aos acontecimentos ao meu redor.

– Eu estou pronta, tenho certeza. – digo para ele ajeitando os cachos ao redor do meu rosto – Agora eu preciso ir urgentemente no banheiro.

– Peça para uma das garçonetes ajudá-la a encontrar o banheiro. – Tyler beija as costas da minha mão – Estarei esperando você aqui, ansiosamente.

– Eu sei que vai – rio nervosa e saio andando... E sem rumo.

Eu encontro o banheiro com ajuda de uma das garçonetes, mas após deixar a taça com ela, faço um desvio do caminho, tentando manter a postura ao andar nos saltos, mesmo que por dentro eu esteja me descabelando de dor e tortura.

Vou parar nos fundos da mansão, tentando encontrar algo parecido com cadeiras e longe de qualquer presença humana. Por sorte, após passar uma grande piscina com velas boiando em uma proteção, entro em um labirinto em forma de jardim e me perco nele.

Eu dou um gritinho de vitória quando encontro uma espécie de sala de arbustos. Havia um majestoso banco de mármore branco, com algumas estátuas ao redor. Provavelmente o lugar servia como uma área de lazer, para ler um livro ou até conversar com os visitantes, mas eu vi aquele local como o meu momento de descanso.

Eu gemo de prazer quando finalmente me sento.

– Meu Deus! – digo conseguindo me relaxar.

Quando tiro um dos saltos, eu consigo respirar, consigo mexer o meu pé e eu me pergunto se sexo é melhor do que tirar um salto quinze extremamente apertado. Massageio meu pé, os meus dedos que se esqueceram como era ficar esticado. Fico feliz por não ter ninguém em um terno ou em um vestido elegante para presenciar a cena de uma adolescente gemendo enquanto massageia um dos pés.

Teoria da Sincronicidade [CONCLUÍDO/REESCREVENDO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora