21. Mar em Lágrimas

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Noah estava atrasado, quinze minutos para ser exata.

Olho em meu celular mais uma vez, esperando alguma mensagem ou até mesmo uma ligação.

Nada.

Noah não era de atrasar, o que me deixava extremamente preocupada e angustiada. Não que fosse algo impossível de acontecer, já teve dias, principalmente em apresentações, que ele tinha que sair de casa mais cedo e ia direto para a escola fazer um último ensaio.

Entretanto, ele sempre avisava.

Quando meu celular toca, meu coração está prestes a saltar pela boca, mas ao ver o nome escrito na tela, eu suspiro decepcionada. Não eram quem eu esperava ligar a essa hora da manhã. Conto até três e coloco o celular na orelha.

– Oi, mãe. – digo forçando meu melhor sorriso, tentar ficar com bom humor, para que ela não percebesse absolutamente nada.

– Oi, querida, fico feliz por ter atendido! – ela me responde e fico surpresa, duas ligações em um mês? Estamos diante de um novo recorde – Eu e seu pai conseguimos um telefone perto da vila em que estamos trabalhando agora, vimos algumas crianças competindo natação e lembramos de você, resolvemos ligar.

Massageei a testa, tentando colocar os meus pensamentos em outro lugar.

– Por quê?

– Como? – minha mãe estranhou a pergunta.

– Até parece que toda a minha vida se resume a natação – disparo por acidente – eu gosto de outras coisas além de natação, se você não sabe.

– Jackie. – minha mãe responde abismada – Eu só lembrei de você, não é grande coisa!

– O que está acontecendo? – ouço a voz do meu pai no fundo, talvez do lado da minha mãe – Jackie? – ele assume o lugar dela no telefone – Está tudo bem? Sua mãe está com uma cara de surpresa que está me assustando.

– Está bem. – minto descaradamente, semana passada eu desmaiei e quase morri afogada na piscina, não tenho dormido por causa de provas, estou confusa com meu relacionamento de Tyler, sinto falta dos meus pais e do meu avô como o inferno e agora Noah tinha desaparecido... É, eu realmente estava bem – Só acordei um pouco mal humorada.

– Pode falar comigo, não sei como até hoje sua mãe continua casada comigo e com meu mal humor matinal – meu pai responde e queria rir, mas eu mal conviva com eles, não sabia se tinham mau humor matinal ou se acordavam já todos sorridentes como se estivessem em uma propaganda.

Meus pais e eu conversamos rapidamente, consigo contornar minha reação negativa aos comentários da minha mãe, mas mesmo convencendo-os de que eu estava bem, eu imaginava o que fariam se eu dissesse que estava uma merda? Eles iriam me visitar? Comprar uma passagem de última hora? Iriam realizar meus desejos egoístas? Ou apenas me falariam alguns comentários motivacionais que eu consigo encontrar com facilidade no Youtube?

Não queria descobrir, apenas me apressei em terminei a conversa o mais rápido possível. Assim que desliguei o celular, decidi ir atrás de Noah. Primeiro eu iria até a escola e conferir se ele realmente estava lá, após isso, iria para a casa dele, ou melhor, mansão que é consideravelmente longe. St. Martin ficava no caminho até lá, então seria coisa rápida.

Peço um Uber e vou direto para o St. Martin. Quando chego lá, saio procurando Noah por todos os cantos, tento ligar para ele enquanto eu o fazia, confiro as salas que ele tinha aula naquele dia e não o encontro.

Procuro pelas garotas do teatro. Nenhuma delas sabia sobre Noah, por causa do meu desespero, ambas começam a mandar mensagem para o meu amigo e eu continuo atrás dele. Nina e Madison disse que iria sair a procura dele e eu fico um pouco aliviado com o peso sendo dividido.

Teoria da Sincronicidade [CONCLUÍDO/REESCREVENDO]Where stories live. Discover now