CAPÍTULO DOIS

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Um ano se passou

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Um ano se passou. Eu larguei a faculdade de Advocacia e Kim está pensando em alugar a antiga casa de Harry e eu estou dando todo o apoio a ela, enquanto espero minha carta da Wayne Stat chegar, e então finalmente vou ter a chance de cursar Literatura Inglesa.

Eu também não tive mais notícias de Harry, tampouco soube o que Alice Miller anda fazendo da vida dela. Sinceramente, eu espero que Alice tenha ido casar com Harry e que ao entrar na igreja ela tenha mordido a língua e engasgado com o próprio veneno. No último verão eu soube que Enrique tinha entrado para uma Universidade em Detroit, e como prêmio pelo esforço ele ganhou de seu pai uma loja de peças para automóveis. Eu não me surpreendi quando a loja foi a falência, graças ao lucro que Enrique retirava para garantir as noitadas com suas colegas de curso.

E quanto a Caroline Funck's, eu  adoraria dizer que a vi trabalhando como faxineira na biblioteca da cidade e que ela havia ganhado uns bons dez quilos depois que começou a namorar com o cara da carrocinha de cachorro quente. Mas a verdade é que ela mudou-se para Toronto e agora trabalha como recepcionista no Spar da tia dela.

Chad vê a Mel sempre nos finais de semana e Kim o deixa sair para passear com a filha por duas horas contadas. E eu o vi brincando com a Mel hoje pela manhã.

— E então, o que acha, Izza? — Kim me perguntou, encarando seu reflexo no espelho de corpo inteiro.

À alguns minutos atrás Kim estava uma pilha de nervos, e com a Mel andando por todos os lados da capela com o buquê de rosas vermelhas nas mãos, Kim estava pronta prestes a arrancar meus cabelos fio por fio.

— Acho que vou chorar — eu disse.

Kim está belíssima, usando um vestido cor de champagne com decote canoa e saia volumosa com camadas de tule bordado, a bainha arrastava no chão e cobria seus sapatos.

Ajudo Kim a prender parte do cabelo com uma presilha em formato de estrela e coberta por strass azul. Eu não via essa presilha desde quando éramos criança, e Kim a tirava do cabelo para jogar nos garotos que implicavam com ela. Me admiro que Kim tenha guardado-a, e que ainda esteja em condições de uso.

— Algo azul e velho — ela disse, sorrindo.

Ouço três batidas na porta da sacristia, e uma mão segurando uma rosa vermelha apareceu, sendo seguida por uma voz masculina.

— Consegui salvar essa rosa das mãos da Melissa. — Era Lucas. — Já posso entrar? — Ele enfiou a cabeça dentro da sala, logo após Kim ter concordado. — Uau. Minhas duas princesas estão gatas demais.

Kim deu um suspiro de felicidade. E eu me contive em morder o lábio enquanto mexia no cabelo dela, fazendo algumas mechas loiras caírem emoldurando seu rosto.

— Como se sente maninha? — perguntou Lucas ao se aproximar.

Ele usava um meio-fraque grafite com calça risca de giz, camisa branca, colete e gravata social prata. Lucas tinha passado um pouco de gel no cabelo para deixa-lo no lugar.

A Última EstrelaWhere stories live. Discover now