DIA 6

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DIA 6

Harry bateu na porta da minha casa às nove horas da manhã. Deixou mais um de seus envelopes negros e dessa vez uma rosa vermelha estava sobre ele. Sorrio ao abaixar-me para pegar a rosa com o bilhete, Harry como era de se esperar não estava lá.

Levo a rosa vermelha até o nariz e sinto seu perfume, depois a coloco sobre o banco de madeira na varanda e abro o envelope.

Nesse bilhete estava escrito:

O que é que há, pois num nome?

Aquilo que chamamos rosa, mesmo com outro nome, cheiraria igualmente bem...

P.s: Quando sorri é ainda mais bela que essa rosa.

P.E.

Esse é o bilhete de número 11.

★★★

Após o almoço eu tinha uma reunião com o diretor da Wayne State. Ele havia ligado para mim e eu estava nervosa o suficiente para roer as unhas se minhas mãos não estivessem ocupadas segurando o volante do carro. Esse é o seu momento Isabella. Repito isso como um mantra. Esse é o meu momento e eu vou entrar para a Wayne State e fazer o curso que eu sempre quis. Hoje é o dia de folga da minha mãe e por essa razão ela insistiu em ir comigo.

Durante o caminho para Detroit mamãe não parou de olhar para mim um instante sequer de um jeito suspeito, notei pelo canto de olho, depois que contei para ela sobre os envelopes de Harry que não paravam de chegar.

Mantenho as mãos firmes no volante e me forço a manter toda a atenção na estrada, mas meus pensamentos voam longe e insistem em ficar com Harry.

Uma vez Harry havia me dito algo que me marcou muito. Até consigo reproduzir a voz rouca e baixa de Harry no fundo da minha mente.

“Quando a última estrela cair, seus sonhos se tornaram realidade.” Ele falou.

Creio que nunca entenderei completamente o que ele quis dizer com isso, entretanto, sei que as estrelas cadentes sempre atravessam o céu quando você está distraído demais para enxergá-las. E mesmo que parte da minha razão teime em me lembrar que são somente rochas que a qualquer momento podem atravessar a superfície terrestre e destruir um carro, a outra parte teima em acreditar na magia das estrelas que Harry sempre me mostrou.

Mesmo que você não perceba, as estrelas cadentes sempre irão cortar o céu na direção a qual seu coração pertence... Lembro que Harry me disse isso uma vez quando ainda éramos crianças. E o meu coração sempre pertenceu ao garoto da casa ao lado que vivia perseguindo estrelas.

Eu só não queria aceitar.

★★★

Entro no carro, com o coração explodindo em alegria após deixar as dependências da Wayne State e encontro mamãe com os olhos arregalados esperando por uma resposta, no banco do carona. Ela espera que eu coloque o cinto e dá três tapinhas na minha perna, coberta pela calça jeans.

— E então? — Ela pergunta. — Como foi lá dentro?

Não consigo fazer suspense e abro um enorme sorriso.

— É oficial, mamãe. Sou aluna da Wayne State — digo em um fôlego só.

— Sabia que conseguiria, filha. — Diz ela. Mamãe aparenta estar tão feliz quanto eu.

Ela levanta a mão para que eu a toque com a minha.

— Que orgulho, Izza — ela continua. — Agora você pode dar atenção ao Harry.

— Mamãe! — Digo, exasperada.

— Você mesma falou que ele quer te ver. 

Mamãe dá de ombros e encara a janela enquanto eu giro a chave na ignição e espero os pneus deslizarem sobre o asfalto, abaixo de nós.

Minha conversa com o diretor da faculdade foi a mais breve e tranquila possível, mas por um momento eu pensei que seria chutada da universidade. Eu entrei na sala onde o diretor me esperava atrás da mesa cor de mogno, na frente de uma janela de vidro, sentei-me e contei a minha versão da história da forma mais convincente possível, em que ressaltei que o motivo da minha carta de admissão não ter chegado em minha casa deve ter sido por causa do carteiro que provavelmente confundiu o endereço.

Mas no fim das contas tudo correu bem, menos a minha situação com Harry que não sei onde irá dar.

— Filha — mamãe chamou. — Eu já estive no seu lugar. — Sei bem como se sente. 

— Como assim, mamãe? — Digo, sem desviar os olhos da estrada.

— Já senti lá no fundo que deveria fazer algo mas não tinha tanta certeza se era o certo.

— Mamãe, onde quer chegar...?

— Você quer ficar com o Harry, mas ainda não tem tanta certeza se deve fazer isso agora.

Suspiro.

— As vezes eu tenho medo, mãe — digo. — Harry faz coisas boas e ruins ao mesmo tempo. Eu me senti rejeitada quando ele me trocou pela Alice naquela época. E me senti mal quando ele mentiu para mim. Eu me dei conta de que eu estava fazendo papel de boba, mamãe.

— Filha, eu não quero me meter. Mas quero que saiba que tudo não é sempre as mil maravilhas. Harry e você estão aprendendo a viver agora e vão cometer erros.

★★★

Quando chegamos em casa, Harry havia acabado de deixar mais um bilhete na porta da minha casa, e dessa vez eu o vi saindo da varanda. Harry deu um tchauzinho com a mão e caminhou até sua casa.

Não era um bilhete. Eram dois.

O bilhete de número doze dizia:

Meu coração acelerou no momento em que te vi olhando pela janela ontem a tarde e me fez perceber que a melhor coisa que me aconteceu sempre esteve bem debaixo do meu nariz...

P.E.

O bilhete de número treze foi como um tapa na cara.

Isabella, será que você pode deixar se levar uma única vez pelo seu coração?

P.E.

Obrigada por terem lido, espero que tenham gostado ❤️😍

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Obrigada por terem lido, espero que tenham gostado ❤️😍

Meus amores, no próximo capítulo a Isabella vai ligar todos os pontos que Harry está deixando com os bilhetes, alguém faz ideia do que Harry quer com tudo isso????

Até o próximo capítulo meus amores ❤️😍
Beijinhos de glitter 😘😘😘

A Última EstrelaWhere stories live. Discover now