A sra. Schoffield estava na sala de espera quando cheguei ao hospital. Corri os olhos por ela e me detenho em seu olhar. Ela não tinha nenhum arranhão, o que me levou a pensar que Harry pegou o táxi sozinho.
— Oi — eu disse baixinho ao me aproximar.
— Olá, Isabela. — A Sra. Schoffield remexeu-se na cadeira, desconfortável. — Obrigada por vir.
Ela se permitiu sorrir de forma acolhedora.
— Não conseguiria ficar em casa sem ter notícia alguma de Harry — eu disse, e ela apenas meneou a cabeça para mim. Sento-me ao seu lado. — Ele está bem?
A Sra. Schoffield encarou os próprios pés.
— Não sei, querida. Os médicos não me dizem nada e também não me deixam vê-lo.
— Tenha fé — eu disse à ela. — Harry é forte, e vai sair bem dessa situação.
— Deus te ouça, querida. E pensar que ainda pedi para que ele esperasse, comigo. Ele não quis me ouvir — ela deu um sorriso forçado. — Estava louco pra ver você, ele me contou. E pegou o primeiro táxi disponível... Se eu tivesse o segurado um pouco mais.
Ouço um soluço contido vindo da Sra. Schoffield, e ela desaba a chorar ao meu lado. E para confortá-la tudo o que posso fazer é abraçá-la e deixar que chore em meu ombro.
Eu estou me segurando para não me desmanchar em lágrimas, também.
Passava das cinco da tarde quando enfim consegui fazer com que a Sra. Schoffield a ir comer alguma coisa, ela quis me trazer algo mas eu neguei com a desculpa de que estava sem fome. Mas a verdade é que na minha garganta não passava nem água.
Mamãe me ligou doze vezes e não atendi nenhuma de suas ligações, porque eu sei que ela vai me encher de perguntas sobre como Harry está, e eu não sou forte o bastante para responder-lhe sem chorar. E eu não tive nenhuma notícia dele, e isso está começando a me deixar angústiada.
Eu não parava de encarar a porta de emergência no final do corredor.
Na minha cabeça só vinham imagens de Harry chegando com seus pais na nova casa, ao lado da minha. Eu o via descendo a rua de bicicleta, e lembro o quanto eu achava lindo quando ele sorria para mim. Sempre achei que Harry sorrisse com os olhos... e talvez fosse mesmo.
Eu quero vê-lo saindo daquela sala.
Quero vê-lo sorrindo e mordendo o lábio, assim que nossos olhares se cruzarem. E depois passando os dedos pelo cabelo, tirando-os da testa.
Eu quero abraçá-lo, colocar minha cabeça em seu peito e aspirar o perfume em sua camisa. Aquela camisa cinza, sua marca registrada.
Eu quero ouvir sua voz soando rouca em meus ouvidos, enquanto me encanto com aqueles olhos verdes.
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A Última Estrela
RomanceHarry está retornando a Stratford, após dois anos. E Isabella precisa lidar com à notícia de que ele está de casamento marcado com a garota que sempre quis vê-la fora de seu caminho: Alice Miller. Em meio a confusões, mal entendidos e lágrimas, Isa...