CAPÍTULO QUATORZE

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A sra

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A sra. Schoffield estava na sala de espera quando cheguei ao hospital. Corri os olhos por ela e me detenho em seu olhar. Ela não tinha nenhum arranhão, o que me levou a pensar que Harry pegou o táxi sozinho.

— Oi — eu disse baixinho ao me aproximar.

— Olá, Isabela. — A Sra. Schoffield remexeu-se na cadeira, desconfortável. — Obrigada por vir.

Ela se permitiu sorrir de forma acolhedora.

— Não conseguiria ficar em casa sem ter notícia alguma de Harry — eu disse, e ela apenas meneou a cabeça para mim. Sento-me ao seu lado. — Ele está bem? 

A Sra. Schoffield encarou os próprios pés.

— Não sei, querida. Os médicos não me dizem nada e também não me deixam vê-lo.

— Tenha fé — eu disse à ela. — Harry é forte, e vai sair bem dessa situação. 

— Deus te ouça, querida. E pensar que ainda pedi para que ele esperasse, comigo. Ele não quis me ouvir — ela deu um sorriso forçado. — Estava louco pra ver você, ele me contou. E  pegou o primeiro táxi disponível... Se eu tivesse o segurado um pouco mais.

Ouço um soluço contido vindo da Sra. Schoffield, e ela desaba a chorar ao meu lado. E para confortá-la tudo o que posso fazer é abraçá-la e deixar que chore em meu ombro.

Eu estou me segurando para não me desmanchar em lágrimas, também.

Passava das cinco da tarde quando enfim consegui fazer com que a Sra. Schoffield a ir comer alguma coisa, ela quis me trazer algo  mas eu neguei com a desculpa de que estava sem fome. Mas a verdade é que na minha garganta não passava nem água.

Mamãe me ligou doze vezes e não atendi nenhuma de suas ligações, porque eu sei que ela vai me encher de perguntas sobre como Harry está, e eu não sou forte o bastante para responder-lhe sem chorar. E eu não tive nenhuma notícia dele, e isso está começando a me deixar angústiada.

Eu não parava de encarar a porta de emergência no final do corredor.

Na minha cabeça só vinham imagens de Harry chegando com seus pais na nova casa, ao lado da minha. Eu o via descendo a rua de bicicleta, e lembro o quanto eu achava lindo quando ele sorria para mim. Sempre achei que Harry sorrisse com os olhos... e talvez fosse mesmo.

Eu quero vê-lo saindo daquela sala.

Quero vê-lo sorrindo e mordendo o lábio, assim que nossos olhares se cruzarem. E depois passando os dedos pelo cabelo, tirando-os da testa.

Eu quero abraçá-lo, colocar minha cabeça em seu peito e aspirar o perfume em sua camisa. Aquela camisa cinza, sua marca registrada.

Eu quero ouvir sua voz soando rouca em meus ouvidos, enquanto me encanto com aqueles olhos verdes.

A Última EstrelaWhere stories live. Discover now