CAPITULO TRINTA E TRÊS

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Estou sentada em uma cadeira de balanço na varanda, observando a coloração alaranjada e rosa no céu. Ainda sinto todas as sensações e cada toque que Harry me proporcionou a algumas horas atrás e eu não poderia estar mais feliz.

— O que a senhorita está fazendo aqui sozinha? — é Harry, sua voz soando rouca como se estivesse acabado de acordar.

Meu coração se aquece e viro o pescoço para encará-lo.

Harry está sem camisa e trás a pequena caixa de madeira em mãos.

— Gostou do que encontrou na caixa? — perguntei.

— Eu... Eu não consegui — ele gaguejou, olhando para baixo. E ele ri. — Não consigo fazer isso sozinho, Isabella.

Ai, Harry.

Levanto da cadeira de balanço e toco o ombro de Harry com uma das mãos.

— Eu estou aqui com você, Harry — falei.

Ele segura a caixa com apenas uma mão e com a outra pega minha mão e a leva de encontro à seu coração. Eu pude senti-lo saltar em resposta a nossa proximidade.

— Obrigado — ele disse. Harry sorri, leva minha mão até seus lábios e deposita um leve beijo em meus dedos. — Quero que fique comigo enquanto abro a caixa.

— Claro — falei. — Senta aqui — aponto para a cadeira.

Harry tirou a pequena chave do bolso e destrava a fechadura e levanta a tranca.

Estou de pé em sua frente, enquanto ele está com a caixa apoiada sobre os joelhos. Depois ele olhou para mim e pude perceber que seus olhos verdes estavam extraordinariamente emocionados. Mas eu não conseguia interpretar o que Harry sentia naquele momento.

Ele olhou para a caixa e retirou de dentro uma fotografia. Não, eram duas. E eu assisti enquanto ele fechava uma das mãos e levava até a boca.

— Eu não acredito — ele sussurrou para si mesmo. — Olhe, Isabella.

Suspiro e me aproximo dele, ficando ao seu lado. Encosto meu braço no ombro de Harry e sinto minha pele arrepiar com o contato. Eu espero que ele não perceba.

No fundo da caixa tem uma carta.

— Essas fotos — ele começou. — Tiramos no último natal antes de nos mudarmos para a casa ao lado da sua. Meus pais estavam tão felizes. — Harry pressiona os lábios. — Eu tinha ganhado minha primeira luneta, veio dentro dessa caixa. — ele sorri ao olhar para mim. — Você lembra dela não é, Isabella? Usamos no seu aniversário de dezoito anos.

É o quê?

Fico calada, estou espantada com o que Harry acabou de me dizer.

— Você lembrou? — pergunto esperançosa, tentando manter o meu coração dentro do peito. — Lembrou de tudo?

— Lembrei — disse ele. — Lembrei uns dias antes de viajarmos. Foi como acordar de um sonho, Isabella. Eu queria ter te contado, mas fiquei com medo de todas as lembranças sumirem novamente.

Não digo nada, apenas observo tudo o que Harry me fala.

— Não ficou feliz, Isabella? — Harry levanta e me olha intrigado.

Desvio o olhar.

— Isabella, o que foi?

— Eu... só estou bastante surpresa, Harry. Como você me escondeu isso? Pra quê?

— Desculpe — ele diz.

— Harry, você poderia ter me falado antes — eu quase gritei. — Você não percebeu o quanto fiquei desesperada tentando encontrar um modo de te ajudar?

A Última EstrelaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora