CAPÍTULO TRINTA E SEIS

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Harry e eu não tivemos uma história tão boa quanto eu gostaria, penso enquanto ele me oferece uma taça com suco de laranja e uma fatia de bolo com cobertura de chocolate. Como nos velhos tempos. Harry estica sua taça em minha direção para brindarmos e quando nossas taças encostaram uma na outra, Harry me brinda com um sorriso engraçadinho.

— Uma recordação aos velhos tempos, Isabella — ele diz, e eu mordo um pedaço do bolo. Está uma delícia.

Se é verdade, ou não, o que dizem sobre nosso estomago se agitar quando ficamos nervosos perto de quem gostamos, estou sentindo isso nesse exato momento.

Ultimamente, estou sendo “perseguida” pelo “e se”, e pensando bem isso tem me torturado um pouquinho mais todas as vezes em que me encontro com Harry.

Meus questionamentos, basicamente, eram:

E se Harry não tivesse mentido para mim?

E se nós não tivéssemos nos entregado um ao outro naquela noite?

E se eu não tivesse passado todo esse tempo nutrindo sentimentos pelo meu melhor amigo de infância?

Eu com certeza, definitivamente, não teria quebrado a cara tantas vezes. Mas uma escolha sempre liga a outra. Parte de mim quis por um ponto final nisso tudo, eu havia pensado bastante e decidi que não valeria a pena me desgastar tanto por ninguém, e isso definitivamente inclui Harry. Mas a outra parte de mim, vasculha as redes sociais dele todas as noites, esperando encontrar algo, embora não sei ao certo o que procuro.

Talvez o que eu procure seja uma pista de que Harry pensa em mim, tanto quanto eu penso nele. Ou talvez eu só quisesse dar uma de stalker, só para ver suas fotos mesmo. No entanto, Harry não posta tantas fotos dele quanto eu gostaria, e as legendas então nem se fala. Harry sempre prefere postar uma foto do jardim ou algo significativo para ele, acompanhado de uma palavra e seu significado.

É estranho, mas não é à toa que Harry é uma caixinha de surpresas.

— Por que as coisas tinham que ser tão complicadas? — pergunto para Harry e ponho a taça vazia sobre a toalha e mastigo o ultimo pedaço da minha fatia de bolo.

Harry limpa os dedos sujos de chocolate no guardanapo que ele retirou de dentro da cesta, amassou-o e o jogou de volta na cesta.

— Porque somos pessoas comuns, Isabella — ele disse. — Estamos o tempo todo cometendo erros ridículos com as pessoas que são importantes para nós, mesmo sem percebermos. Mas faz parte. Errar é tão humano quanto a capacidade de se redimir. Eu estou tentando, Isabella. E tentarei não ser um erro em sua vida. — Harry sorri e abaixa a cabeça parecendo envergonhado. — E eu te amo.

As palavras ficam soltas no ar, Harry olhou para baixo e ao olhar para mim novamente, seus olhos estavam cheios de lagrimas, mas ele não derrubou nenhuma.

— Só depende de você, Isabella. — Ele continuou. Nunca vi Harry parecendo tão vulnerável como agora. — Eu sei que irá tomar a melhor decisão para você, independentemente de qual seja.

Harry faz uma careta engraçadinha para mim, e eu olho para ele desconfiada, lambendo as pontas dos meus dedos sujos de chocolate.

— Tenho uma proposta a fazer, Isabella.

— Diga.

— Aceita ir ao baile comigo? Lembre-se que perdemos o baile da nossa formatura.

— Isso é chantagem emocional, Harry — digo.

— Se sente chantageada emocionalmente?

— Nem um pouco.

— Ótimo, Mademoiselle. Aguardo sua resposta em meus aposentos.

A Última EstrelaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora