CAPÍTULO 15 - ALGUÉM ERA O MAIS PODRE

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_Você realmente não precisa fazer isso Grace - disse a ela com toda naturalidade do mundo.

_Cala a boca Marina, eu PRECISO e eu VOU fazer isso! - ela me falou raivosa.

_Estou pronta mamãe! - Lara veio correndo para o jardim da entrada, onde o carro de minha ex-esposa estava estacionado.

_Dê um tchau para a sua mãe Lara - advertiu Grace a Lara.

Eu me abaixei para ficar na altura de minha garotinha, ela me abraçou forte.

_Mãe vai sentir saudades de você, demoniazinha! - falei baixo no ouvido de Lara, sem que Grace percebesse. Ela apenas gargalhou.

_Mãe - me chamou Lara - cadê tio Daniel? Eu queria dar um tchau a ele.

_Você não vai ficar longe por muito tempo - eu disse a Lara - vai voltar antes mesmo de perceber! Agora vai! Se cuida!

Grace entortava o nariz e esboçava uma expressão horrível enquanto eu falava aquilo. O que eu podia saber? O óvulo era meu, o útero o dela, a filha nossa, ela foi embora e eu levo a culpa por estar com outra pessoa para dividir a vida.

_Se cuida - disse a Grace - e cuida dela direito, ouviu!? -

O carro da Grace já estava longe e eu me mantive olhando por mais alguns minutos, mesmo que ele tenha desaparecido no horizonte. Eu estava de folga mas iria pôr na mesa muita burocracia para assinar e muito relatório para ler. Nesse novo mundo em que estou, na direção, percebo que não possuo ainda todas as informações que deveria, e isso me inquieta. Não posso estudar, propor ou pôr à prática operações sem o mínimo de informações dessas criaturas. A vinda de An foi providencial para que algumas informações pudessem chegar até a alguns nível que não as tinham.

Suspirei e, já com o portão fechado, voltei a caminhar no jardim em direção à minha casa. Algo me parou. Alguma coisa me chamou atenção, se fosse alguém essa pessoa seria boa o suficiente para estar na sombra de meus movimentos para eu não percebê-la e péssima suficiente por ter pisado em algum pequeno galho fazendo estalo no chão.

Eu me virei bruscamente com uma faca na mão, tirada da cintura. Me espantei com o que, ou quem era...

_Ora, ora, ora, ora... - ele disse sem roupas, com uma cara de superioridade e um sorriso ambíguo no rosto - A general tem um bebê.

_O que está fazendo aqui? - o perguntei, sem deixar a faca cair, tentando desviar o foco da conversa.

_Eu pensei que você pudesse me falar onde aquele gostoso do Santana mora para terminarmos o que começamos.

_Você não tem jeito mesmo - falei abaixando um pouco minha guarda - primeiro você vai pôr umas roupas.

_Eu prefiro assim, passa um ar no meu piupiu, bolas e vaginhinha daqui de trás. - ele falou lascivamente e eu o ignorei.

A presença de An aqui era um péssimo sinal. Ele poderia invadir o espaço quando bem entendesse, pelo menos eu possuía material suficiente para nocauteá-lo mesmo em minha ausência.

Eu segui até a porta da frente, entrei na sala, fiz sinal de que ele não podia entrar, fui até meu quarto pegar umas duas pistolas de luz violeta e de luz amarela. Olhei para a minha cama e a fofa da Lara havia esquecido seu vestido candidato rejeitado para o aniversário de sua amiguinha. Eu suspirei e lembrei que eu havia comprado aquele vestido... Um azul claro. Dei uma volta em meu quarto, peguei uma saia que me deram de presente e levei para An usar: eu iria aproveitar a situação e investigar mais umas informações dele, mas não iria ter uma conversa com um depravado sem roupa.

Quando eu desci as escadas, An não estava mais à porta como eu havia dito para ele ficar. Merda! Saquei uma das pistolas e comecei a andar lentamente pela casa em busca dele. Ouvi um som da cozinha e fui chegar. Aquele desgraçado iria sentir novamente o doce de minha pistola se ele fizesse alguma coisa.

VinhoRoséWhere stories live. Discover now