CAPÍTULO 35 - ALGUÉM VAI À SALVADOR BA (especial parte 1)

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Era realmente bonito lá... Todo aquele sol, vento, mar, areia... O hotel era bem de frente para uma das praias da cidade, An foi muito útil para isso... Confesso que me pareceu que aqui, nessa localização, nossa experiência seria melhor, desde a primeira vez que vi esse local. Eu sei que não estávamos aqui para curtir, mas pelo amor de Deus, eu não aguentava mais, a todo tempo acontecia alguma merda que rapidamente nos tirava a paz... E eu... fora de minha função a qual passei anos estudando e me aplicando.

Bem, há dois fatores desfavoráveis além da missão... Parece que estamos no verão aqui, que tem picos de temperatura muito altos, e no meu país não temos essa incidência de raios solares ou esse clima - mas eu aceitaria pegar uns tons mais, com moderação. E, aconteceu um vazamento de óleo que invadiu centenas de localidades na costa Leste do Brasil, bem, talvez a água esteja imprópria para banho, mas foi há uns três a quatro meses... e eu não precisarei entrar na água, afinal de contas... Só esse cheiro de mar está sendo o suficiente para me acalmar.

-Está curtindo a vista, moranguinho? - An perguntou, me surpreendendo com um abraço por trás.

-É, acho que está boa afinal - disse tentando fazer pouco caso

-Mas é claro que está boa... - ele respondeu - só não está tão boa assim porque você ainda não tirou essa bermuda do corpo - ele disse lambendo minha orelha

-An... - protestei - Pare... ao menos vamos... entrar - eu não escondia que estava gostando... Não dá para ser... tsundere... o tempo inteiro.

-Aqui está bom - ele disse mordendo meu pescoço e se servindo de meu sangue.

-Esses países latinos... essas... regiões quentes... são propícias de homofobia... eu não quero que nos vejam assim, eles podem... - eu disse tentando ser gentil

-Meu moranguinho, essa informação cheira a uma base preconceituosa - me advertiu enquanto lambia o local onde mordera

-An... Vamos entrar - eu falei apertando meu bumbum.

Aquilo era ridículo, fiz como se estivesse agindo por impulso... mas julguei ser a única coisa que me restava naquele momento para tentar fazê-lo entrar de volta ao quarto e sairmos da varanda. Bem, não que eu quisesse ir pra a cama... em pleno pôr-do-sol... Estava lindo... realmente lindo para fazer amor, e eu não acredito que estou pensando nisso.

O sol estava como um grande disco achatado próximo ao horizonte, ele parecia um disco laranja, quase ouro. O nosso astro brilhava tão forte e majestoso no céu, que parecia um imperador pomposo, pintando tudo o que ele tocava com tons laranjas, salmão e amarelo, principalmente as nuvens, que pareciam algodão doce colorido. Aquele jogo de sombra e luz fazia o quarto manter sua iluminação, mas com penumbras gostosas a se ver com os olhos... Aquela cama era perfeita para estar... E... Deus, eu queria, sim, queria estar nela com An.

Se há algo que me ocorrera nesses últimos dias, é que eu de fato tenho consciência que, infelizmente, eu estou ligado a esse tarado, compulsivo sexual, abusador de maiores e sanguessuga albina. Falando nisso, ele estava todo avermelhado... Fazia um bom contraste com seu cabelo rosa e suas...

-AN, VOCÊ ESTÁ SEM ROUPAS! - eu berrei impulsivamente quando eu percebi seu pau roçando minha bunda, ao passo que conseguia ver, mesmo que de canto de olho, seu traseiro e costas refletidos em um dos espelhos de dentro do quarto.

-E você está vestido - ele falou ironicamente - nós já não passamos dessa fase? Digo, há um dejá vu instaurado nesse momento, moranguinho, nesse exato mom...

Eu o interrompi com um soco utilizando as costas de minha mão. Acertei bem seu nariz.

An cambaleou para trás, enquanto eu me virava e entrava no quarto, tentando esconder uma dor que me consumiu por alguns minutos... o soco foi forte e An é um vampiro... tarado, maníaco sexual, abusador, perdidamente apaixonado por mim... sanguessuga... selado... mas era um vampiro.

VinhoRoséWhere stories live. Discover now