-Você não deveria estar tomando vinho no trabalho - Charlie me disse trazendo café e retirando o copo de vinho de minhas mãos - E muito menos em um copo de plástico descartável.
-É biodegradável - respondi irônica.
-Seu corpo também é - ele me colocou.
-CredoThor barato!
-Como? - Charlie dobrou a cabeça de lado, fazendo aparecer uma dobrinha sutil abaixo de seu queixo.
-Você sem barba parece mais... cheinho - disse tomando um gole de café.
-Na verdade eu engordei um pouco, obrigado pela indelicadeza... - Disse ele coçando a cabeça - eu acho.
-Ah, para né! - falei voltando a olhar minhas anotações - Marocci já deu sinal de vida?
-Não que eu saiba, Marina deve saber, andam muito juntos esses tempos - ele me respondeu sentando ao meu lado.
-Quem anda com sapatão é puta ou viado, An diria isso certamente.
-Você é cruel quando quer, Chlöe - Charlie riu
-Estou andando demais com An, apesar dele estar sumindo frequentemente - pontuei.
-Por falar em sumiço, o que aconteceu com aquele colega e seu parceiro? O de cabelo verde - perguntou Charlie.
-Os afastamos da cidade, ainda estamos observando para determinar o nível de informação que eles têm... Aparentemente nenhum, mas é só precaução - respondi.
-Certo, certo.
-Charlie, você quer alguma coisa? - perguntei.
-Eu... quero saber como você tá, e etc... interagir... Não tem muita gente na minha equipe, basicamente são técnicos e estagiários que são relocados o tempo todo, cada dia uma cara nova... e ainda tenho que ir à campo... Marocci não é fácil de lidar e...
-Sim, sim, sim - o interrompi - você quer flertar ou desabafar?
-Chlöe, eu...
-Ok, ok, é que você está fazendo rodeios e atrapalhando meu trabalho.
-Você está fazendo hora extra não remunerada - ele falou categoricamente como se estivesse me repreendendo.
-O jogo virou nessa discursão, né!? - falei indignada por estar sendo repreendida por um novato, basicamente - quer comer?
-Você diz...
-Comida... Vamos - levantei - antes que eu mude de ideia.
-Meu horário...
-Eu sou superior, estamos indo fazer uma reunião a campo, se preferir - resolvi.
-Então tá.
Levantamos e saímos da base em poucos momentos. Charlie foi dirigindo, levando o machado no carro, ele insistiu em dizer que não se separa daquela arma. Não fiquei interessada em saber o que e o porquê, não tenho interesse em contos nórdicos, a não ser que envolvam vampiros.
-Ultimamente eu penso em refazer meus estudos, sabe? Passei minha pouca vida estudando vampiros, hoje estamos aqui, com uma meia crise com lobisomens... crias da lua... alphas, sei lá - desabafei.
-E demônios asiáticos que possuem corpos que não deveriam - completou Charlie
-Exatamente! - exclamei - Está tudo de cabeça para baixo... Ah, estaciona ali - indiquei.
Paramos em uma loja de conveniência... Era a que An trabalhava. Acho que Charlie percebera, mas não citou o assunto. Por essa região, essa loja era a única coisa que tinha de mais perto para comer alguma coisa, como sushi podre.
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VinhoRosé
VampireAngelo Marocci é um engenheiro biogeneticista da equipe arqueológica da secreta Força da Noite que caça há um milênio as criaturas da noite, principalmente os vampiros - estes estavam infiltrados na sociedade dos humanos e tentam os manipulá-los pol...