CAPÍTULO 33 - ALGUÉM NÃO TEVE DESCANSO (Parte 9)

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-E então...? – o nerd esquisito mais uma vez estava ao pé de meu ouvido, como se já não bastasse essa crise idiota.

-Eu é quem deveria perguntar isso – falei lendo um relatório qualquer, sem olhar em seu rosto.

-Olha só, ou a gente pode ficar nesse jogo de quebra de braços, ou a gente pode de fato dar as mãos, sabe? – ele disse.

Entreguei novamente o tablet ao nerd que me passou o relatório, virei meu rosto para Lukas e o perguntei então:

-E o que é que você quer então?

-Olha, sabe quando eu te mostrei alguns materiais para a bomba há alguns minutos atrás? – ele me perguntou.

-Sim... – o respondi.

-Eu preciso de mais... – ele me pontuou.

-Quanto mais? – o perguntei impaciente.

-Tipo, MUITO mais.

-Imaginei... – o respondi – seu pequeno terrorista.

-Eu sou só um jovem rapaz que quer ir logo para casa e ter uma noite de balbúrdia com minha mamma, apenas isso, não me leve a mal – ele me respondeu.

-Pegue...

-Assine, depois eu pego – o espertinho falou.

-Traga aqui o protocolo que eu... – eu falei quando fui interrompida.

-Aqui – ele já estava pronto, parecia prever meus movimentos.

Lukas não é uma pessoa para ficar fora de vigilância, preciso saber quais são suas principais motivações de estar na Força...

-Ainda não tiraram o doutor daqui – ele apontou para Joaquim, que começara a acordar.

-Alguém leva esse velho para um geriatra – gritei.

-Senhora – um nerd me chamou de lá de baixo – Santanna na linha.

-Na tela – eu disse.

-Senhora – Santanna estava em vídeo falando – Estamos com muita dificuldade de conseguir avançar. Muitos morreram... Não tenho mais contato com a equipe de extração. São muitos, repito, são muitos. Está um caos!

-Não me faça perder tempo para choro Santanna – eu o repreendi

-É que...

-Enviaremos reforços, vocês precisam sair daí com o máximo de civis que puderem – o interrompi.

-Reforços? Sair? Ah – ele então percebeu – Espero que dê certo... Quanto tempo temos?

-Meia hora – falei

-Quinze minutos – Lukas gritou de longe.

-Quinze minutos – corrigi.

-Mas não conseguiremos... não... teremos que abandonar os civis – ele comentou.

Droga... Por que é que não conseguimos prever isso?

-Faça o que eu disse – o ordenei.

-Sim sehora. Santanna desligando.

-Alguém me abra um canal seguro para Chloë – ordenei.

-Não conseguimos, não há conexão – alguém informou.

-Para Charles – corrigi

-Conexão estabelecida

-Na tela – ordenei

-Temos apenas áudio senhora – algum nerd me sinalizou.

-Vai servir

-Alô, alô, alô? – a voz inegável surgiu...

VinhoRoséWhere stories live. Discover now