PRÓLOGO

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-Ai, meu Deus, é verdade – suspirou An olhando a paisagem da estrada.

-É um milagre te ver assim, An – Chloë comentou

-Assim como? – An perguntou fazendo uma cara inexpressiva.

-Sem gíria, sem palavrão, sem piada sexual, sem atacar seu Moranguinho...

-Não dê ideia a ele, Chloë – eu a repreendi do banco da frente, ao lado de Santana.

-É que eu tô um viado borocoxô esses dias...

-Tá deprê Anzinho? – perguntou Chloë fazendo voz de criança

-Tô tia Chloë – disse An, respondendo com voz de criança e se jogando em Chloë para abraçá-lo

-Sabe o que eu lembrei? – perguntou Chloë – De Donny e Anna... Será que Incubus vai continuar?

-Eu vou na casa desse viado com as leitoras dele pra tocar fogo na bunda dele se ele não continuar – disse An.

-Calma... – riu Chloë – Falando em fogo, não estou acreditando mesmo que iremos para o Brasil... Nunca ouvi falar dessa cidade inclusive, eu pesquisei um pouco e parece Rio, só que não tão quente e mais... calorosa, as pessoas.

-Hum... você já tá pensando em se relacionar com outros grupos étnico-raciais hein?! – Pontuou An.

-Já voltou a si mesma né gata? – protestou Chloë – Mas eu não estou pensando nisso...

-Ainda bem, porque eu shipo você com Thor genério – disse An

-Charles? – perguntei admirado

-Admirado? Você estava com ciúmes dele com a Chloë – pontuou An como se ele conseguisse ler minha mente.

-Nada a ver eu e ele – protestou Chloë

-Seria bom que vocês calassem a boca, pois não vão viajar, vão à missão – disse Santana, respondido por nosso completo silêncio.

-Temos as orientações da missão, você vai citá-las para nós? – eu comentei após tamanho silêncio, e de forma irônica.

-Eu estou gostando dessa sua fase meio An, Marocci – Chloë voltou a falar.

-Não... – Santana me respondeu.

-Aloka, não acredito que Santana que está nos levando, depois dele querer meu corpo nu, no capítulo 03... Essa terra plana dá tanta volta que me deixa tonta viado! – Ironizou An

-TSK – a única coisa que Santana conseguiu falar ao parar finalmente no aeroporto internacional.

Saímos do carro para fazer o check in da viagem. Receberíamos outros dispositivos lá, aqui levávamos o básico, e escondido nas malas. Eu não estava apreensivo, pois qualquer coisa que houvesse, a Força iria nos socorrer.

E lá estávamos nós... Com roupa de verão em pleno inverno - ao menos pro hemisfério norte... An estava vestido de saia azul e camiseta branca e sapatilha bege. Ele quis ir vestido de mulher... Seu corte nos ombros ajudava, mas seu ombro um pouco mais largo não era congruente... Bem, por aqui, eles achariam que An seria uma mulher cis ou trans... Eu não estava pensando nisso, digo, pouco me importa que ele esteja, inclusive, com o cabelo rosa claro. Na verdade eu até achei lindo... Man... ele bem que poderia ser só passivo... isso... ainda era confuso na minha cabeça, pelo menos quando eu não estou... fazendo algumas coisas... ousadas com ele.

É... Eu estou meio An... Minhas concepções de gênero estão diferentes... Depois de ter experiências com esse rubi... acho que não seria mais coerente resistir a essa relação... Da última vez que tive uma experiência com o pingente, eu consegui evocar um poder que não sabia que poderia ter... Eu me senti diferente... quase um vampiro... Como é para An ser vampiro? Digo, como ele acha, o que é, como é, como ele se sente... Eu... estava curioso com essas coisas...

VinhoRoséWhere stories live. Discover now