Cap 8

15.4K 1K 83
                                    

Pov’s Autora

Lauren caminhava a passos lentos para casa. Sua decepção em não ver Camila era algo que se notava de longe. Ela sentia-se uma idiota, lutando contra as lágrimas que teimavam em queimar seus olhos. Ao chegar em casa foi se preparar para o trabalho. Seria um longo dia...

Já passava das 16hs quando uma pequena mulher totalmente exaltada entra correndo pela porta da clínica veterinária. Ela sustentava um pequeno cãozinho vira-latas em seus braços. Seus olhos banhados em lágrimas e o desespero notável na voz.

- Moça, ajuda, Allyson atopelou o cachorrinho.

Lauren notou que a mulher falou errado mas acreditou que seria devido o desespero da menor.

- Tudo bem, vamos examinar ele agora mesmo. – pegou o pobre animal e o levou para dentro ao encontro do veterinário.

Lauren apenas cuidava da limpeza e manutenção do local mas fez questão de não esperar e fez o que podia para ajudar. Quando voltou percebeu que a garota, que por sinal parecia ter sua idade, estava abraçada a uma mulher, negra, mais alta que as duas, elegantemente vestida e estonteantemente linda.

Ao vê-las se aproximou e explicou que o cão já estava sendo devidamente atendido.
Normani não conseguiu tirar os olhos de Lauren, havia algo naquela garota.

Mas não podia se distrair, afinal, sua babygirl estava agora em seus braços se desmanchando em um choro culpado.

Allyson Hernandez não era nem de longe uma boa motorista mas o pobre cãozinho teve sua parcela de culpa ao sair correndo no meio da rua. A pequena tentou frear e desviar mas não foi possível.

Alguns minutos depois, um homem foi falar com elas.

- Olá, sou o Dr. Tyrone. Vocês trouxeram o cãozinho? – Normani assentiu aflita e Allyson apenas o fitava com seus grandes olhos vermelhos – Bom, parece que o rapazinho teve muita sorte. Não sofreu mais do que uma torção em uma das patinhas. – informou com um largo sorriso.

A maior suspirou aliviada e a loirinha desfez um pouco o semblante triste.

- E o que precisaremos fazer? Perguntou a morena.
- Eu vou imobilizar a pata e dar um remédio para dor. Ele estará novo em duas semanas.

Ambas sorriram e agradeceram o rapaz.

- Mommy, eu pode ficar com ele?? Por favor, baby feizi dodói nele, tem ti cuidar – os olhinhos pidões geralmente surtiam efeito com a mais velha.
- Sim babygirl, nós podemos ficar com ele. Mas promete pra mommy que vai ter muita responsabilidade, cuidar bem direitinho – respondeu com um lindo sorriso fazendo sua garota lhe apertar num caloroso abraço.
- Baby pomete.

A poucos metros Lauren assistia a cena intrigada e  sentiu um pouquinho de inveja de Allyson. Ela queria ter alguém assim, na verdade ela queria que Camila fosse assim para ela. Mas agora que a latina havia simplesmente desaparecido, suas esperanças também se foram com ela.

_________

Lauren sentou-se na calçada em frente a clínica, estava em seu horário de descanso. Ela não parava de pensar nas duas mulheres que havia conhecido e logo se pegou chorando por lembrar de Camila. Com a cabeça abaixada entre as pernas, a menina sequer notou a aproximação até sentir Normani tocar seu ombro.
Allyson se abaixou a sua frente e a observou com seus olhos cheios de preocupação.

- Tudo bem, moça?

Lauren apenas balançou a cabeça.

A morena ali parada a seu lado não sabia porque mas aquela garota estava despertando todo seu instinto protetor. Então ela também se abaixou e acariciou seu rosto.

- Você precisa de alguma ajuda, querida? – perguntou carinhosa.
- Non. Laulen bem.
- Lauren? É um lindo nome, não é mesmo, baby? – perguntou olhando para sua pequena que assentiu.
- Baby chama Allyson e essa é minha mommy Normani.

Lauren tentou um sorriso para ambas.

- Laulen, colação dodói? – perguntou a baixinha fazendo a de olhos verdes se surpreender com o acerto. – Baby tomén fica tisti quando a mommy de eu não tá. Colação fica dodói e Ally chola.

- Sim. – Lauren respondeu cabisbaixa.

- Você tem uma mommy ou um daddy, meu bem? – perguntou a morena.
- Non, baby não tem, Camila não quer ser a mommy de eu. – dizendo isso voltou a chorar copiosamente. Estava sendo difícil para a pequena se controlar naquele dia.

Normani achou curioso que o nome fosse o mesmo de sua irmã mas achou desnecessário comentar.
Num impulso abraçou a pequena.

- Ela deve ser mesmo uma tonta se não quer ser a mommy de uma coisinha linda como você.  Hey, não chore, vamos tomar um sorvete com a gente, hmm?! 

Os olhos verdes brilharam um pouco com a menção da sobremesa. Logo um pequeno sorriso brotou em seu rosto.

- Mas baby tabaliando. – fez biquinho.
- Vão ser só uns minutinhos.
- Diz que sim, Lolo! – pediu a loirinha com um sorriso empolgado.

Quando Lauren concordou com um aceno de cabeça Allyson bateu palmas.

E então foram as três até a sorveteria que ficava do outro lado da rua. O cãozinho as acompanhava no colo da menor.

Chegando lá escolheram o que queriam e ficaram sentadas numa mesa de canto, afastadas dos demais.

Lauren agora parecia mais envergonhada do que antes e Normani notou que ela provavelmente havia saído de seu littlespace.

- Você gosta de trabalhar ali, Lauren? - Perguntou tentando quebrar o clima tenso.

A pequena soltou um suspiro.

- Eu gostaria de ajudar os animais. Eu digo, diretamente. Mas é o que posso fazer no momento. – “sem fala de babygirl” Normani tomou uma nota mental.
- Eu entendo. Mas tenho certeza que em breve conseguirá algo mais relacionado. – sorriu.
- Obrigada, e como ele está? – apontou o cachorro.
- Bem, baby Ally atopelou ele mas o médico dixe ti ele é sotudo.

Lauren sorriu.

- Fico feliz. E ele é de vocês?
- Bom, agora é. – Normani. – Vamos adotá-lo.
- Isso é muito bom. Aposto que ele será muito feliz com vocês. São muito legais.
- Voxê tomén é muitão legal, Lolo.

Logo Lauren disse que precisava voltar ao trabalho e se despediu das duas.  Elas prometeram que se veriam novamente quando voltassem para a consulta do cãozinho.

Allyson apertou-lhe em um forte abraço e Normani fez o mesmo logo em seguida.

- Você é uma babygirl incrível, não se envergonhe por isso, querida, e essa mommy tonta deve ter se expressado mal, talvez tenha sido um mal entendido, não existe a possibilidade de alguém não querer você.  – sussurrou no ouvido da garota que apenas a abraçou mais forte. Afastou-se um pouco e depositou um beijo na testa da menor.
Em seguida guiou Allyson para o carro estacionado próximo dali.

MommyWhere stories live. Discover now