Cap 12

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Pov’s Camila


Eu nem sabia como consegui passar os últimos dias sem aquele abraço, sem seu cheirinho gostoso de bebê e sem seu sorriso lindo.

- Eu estava morrendo de saudade, baby. – sussurrei em seu ouvido.
- Laulen tomén tava. – falou baixinho e eu sabia que tinha o maior sorriso do mundo no rosto.
- O que você fez nos últimos dias? - Perguntei me afastando um pouco.  Ela abaixou a cabeça levemente.
- Nada, Laulen tava tiste e só foi pu tabaio puque plecisava.

Acariciei seu rostinho.

- Estou aqui agora, meu anjo, e não vou a lugar nenhum. – ela sorriu.

- Mas a titia Mani levou baby Laulen pa toma sovete. – comentou empolgada.
- Ah é mesmo? Parece que a Normani gostou mesmo de você. – observei com uma pontada de ciúme.
- Sim, Laulen também gota dela. E da Ally. Mas eu quelia que você tomén tivesse lá. Laulen ficou o tempo todinho pensando na Camz.
Meu sorriso nesse momento era inexplicavelmente grande.

Então ficamos conversando por mais algum tempo. Eu não pude deixar de reparar que sua casa era muito simples. A bem da verdade era quase inabitável. Minha babygirl merecia muito mais que aquilo. A sala não tinha mais que um sofá velho e uma tv surrada de tubo sobre a qual jazia um aparelho de DVD que me fez pensar se ainda funcionava.
Ela me levou em seu quarto que possuía uma cama de solteiro com um fino colchão e um guarda roupas quebrado com poucas roupas dentro. Mesmo assim ela fez questão de abri-lo para mostrar seu pijama de patinhos, que segundo ela, Dinah havia lhe dado. Isso me fez sorrir.

Me perguntou se eu queria algo e respondi que apenas um copo d’água e ela pareceu aliviada então me levou até a cozinha onde pude ver que realmente tudo que havia ali era água, um pacote de biscoito meio comido sobre a mesa e um pouco de louça suja na pia.

- Querida, o que você costuma comer? – ela abaixou o olhar.
- Eu como o que posso. Não pude fazer compras nos últimos dias. Meu aluguel estava atrasado e tive que priorizar isso.

Me levantei e sem pedir permissão abri os armários encontrando nada mais que algumas latas de conservas e um resto de cereal.

- Lauren, querida, você está passando fome?? – perguntei preocupada.
- Não! Eu...eu só... não como muito de qualquer forma. E eu almoço no restaurante, a comida não é muito boa mas a vovó me dá um desconto porque conserto algumas coisas para ela.

Minha vontade naquele momento era pegá-la, colocá-la em meu carro e levá-la para morar comigo.


- De verdade está tudo, bem, Camila. Eu estou bem. – ela falou tentando me tranquilizar sem sucesso.

Em seguida olhou seu relógio de pulso e arregalou um pouco os olhos.

- Eu estou atrasada para o trabalho. – falou um pouco desesperada. – O Dr. Tyrone vai me despedir, preciso sair agora, me desculpe. – me olhava de forma pesarosa.
- Tudo bem, querida, vamos eu te dou uma carona. – beijei seu rosto.
- Obrigada. – sorriu lindamente e me puxou para irmos embora.

Quando estacionei em frente a clínica ela já ia sair correndo mas a beijei demoradamente. 

-  Agora sim, você pode ir, minha menina, eu venho te buscar mais tarde. Que horas você sai?
- Não precisa se incomodar, eu posso ir embora sozinha.
- De forma alguma, eu já falei que vou cuidar de você. Que horas?
- Não tenho certeza mas a partir das 22hs.
- Ok. Tenha um bom dia no trabalho. Sorri e beijei seu nariz vendo ela sorrir de volta envergonhada.

Tenho certeza que estava com cara de boba apaixonada enquanto a via entrar e acenar para mim.

Saí dali e dirigi por alguns minutos antes de notar que Lauren havia esquecido seu casaco no meu carro. Imediatamente comecei a retornar. Seria uma noite fria, estava fora de cogitação deixá-la desprotegida.
Em instantes eu estava no local desejado. Quando entrei havia uma moça na recepção.

- Boa tarde, Preciso entregar isso à Lauren.

A moça sorriu cortesmente.
- Claro. - ia se aproximar mas chegaram algumas pessoas. – Srta, Lauren está no consultório do Dr. Tyrone. Vá por aquele corredor, vire a esquerda e será a primeira porta a direita. – instruiu.
- Obrigada. – sorri e me encaminhei para a direção apontada.
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Pov’s Autora

Lauren entrou correndo em seu trabalho. Keana, a recepcionista, lhe cumprimentou. A menina estava algo como dez minutos atrasada. Ela ia rapidamente assumir seu posto de trabalho quando uma voz masculina a chamou.

- Jauregui, venha até aqui. – seu corpo gelou.

Tyrone era um crápula. A fazia trabalhar como escrava e não lhe pagava mais que uma ninharia. Mas a garota ficava pois precisava muito.
Lauren havia notado alguns olhares suspeitos do veterinário sobre si mas achou melhor se fazer de cega.

Ela se aproximou de sua mesa e sentou-se na cadeira que ali estava. Ele a olhava irado.

- Você está atrasada.
- Eu sinto muito. Isso não voltará a acontecer.
- Não acho que posso confiar em você, acho melhor procurar outra pessoa para o seu cargo, alguém com mais responsabilidade.
- Não! – ela quase gritou – Por favor, não, eu preciso muito desse emprego. – falou já com os olhos rasos d’água.

O homem suspirou e a fitou de uma forma estranha.

- Talvez eu possa te manter aqui. - levante-se. – ordenou.

Lauren obedeceu a contra gosto.

Ele se aproximou a passos lentos e andou em volta da mulher a analisando.

- Sim, Lauren. Acho que você ainda pode me servir.  – seu sorriso malicioso amedrontou a menina.

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