Cap 46

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Pov’s Camila


Olhando para o espelho do banheiro via meus olhos vermelhos e o reflexo me mostrava uma mulher fraca, algo que eu nunca quis ser para Lauren. Eu sabia que ela precisava de alguém com pulso firme, que a guiasse pelo caminho certo.
E eu estava começando a me questionar se eu era essa pessoa.

Talvez existisse alguém melhor pra ela, que a mantivesse segura e todo o meu corpo doía só por pensar nisso.


Peguei o celular com as mãos trêmulas e disquei o número de minha irmã.


- Bom dia, mana. – ela respondeu de imediato.
- Bom dia. – falei e deixei escapar um soluço sem querer.
- Mila? Você está chorando? O que aconteceu? – perguntou rapidamente e eu podia ouvir a preocupação em sua voz.

Contei-lhe tudo e ela suspirou parecendo aliviada pelo pior já ter passado.

- Eu não sei o que faço, Mani. Estou começando a achar que não sou a pessoa certa pra ela.
- Não fala isso, Camila, vocês foram feitas uma pra outra.
- Mas eu não consigo protegê-la. Sempre acontece alguma coisa. E eu sei que ela estava com raiva, mas me desobedeceu quando eu praticamente havia acabado de puni-la.

Ouvi sua risada do outro lado da linha.

- Oh, não se prenda a essa ilusão de que babygirls são pequenos anjos. Ela vai desobedecer, vai agir como uma pirralha e ser insolente. Ela vai se colocar em perigo e vai te desobedecer repetidamente antes de você conseguir mostrar à ela quem manda.
- Mas, Mani...
- Mila, isso é com você. Ou você pode trazer ela aqui e deixar que eu cuide de tudo, se você acha que não pode mesmo cuidar dela eu e Dinah podemos e tenho certeza que Ally amaria tê-la sempre aqui pra brincar.
- Você está louca? Que brincadeira é essa Normani!?

Ouvi minha irmã gargalhar generosamente e até a risada de Dinah soando no fundo.

- Não seja idiota, Camila. A Lauren é sua e não tem ninguém melhor pra ela do que você. Pare com essa tolice de “ela merece coisa melhor”. – falou com uma voz cômica. - Nós duas sabemos que você mataria qualquer um que se atrevesse a chegar perto dela. Agora lava esse rosto e para de chorar feito uma menininha. Converse com Lauren e depois mostra quem manda!
- Te odeio. – falei rindo.
- Vai logo. Deixa que eu cuido de tudo na empresa hoje. Passa o dia com a Lo e depois me conta como foi. Só se acalma, eu te amo.

Respirei fundo e sorri mesmo que ela não pudesse ver.

- Eu também te amo.

Encerramos a ligação e eu me acalmei aos poucos. Lavei meu rosto mais uma vez e disfarcei o choro com um pouco de maquiagem. Não era hora de parecer frágil.


Voltei ao nosso quarto para encontrar Lauren sentada na cama de cabeça baixa.


Eu suspirei e puxei uma cadeira que havia no canto do cômodo. Coloquei a sua frente e me sentei.
Levei minha mão ao seu queixo e levantei fazendo com que olhasse pra mim.

- Eu estou assumindo meu erro, Lauren. Deveria ter contado à você tudo sobre o Shawn antes. Eu apenas não vi necessidade antes. Por mais que ele seja meu amigo não o via há anos e quando ele chegou confesso que gostei de te ver com ciúme. Pelo menos até você começar a agir de forma irracional. O erro também foi meu e eu não estou saindo disso. Mas isso não anula o fato de que você foi desrespeitosa, não só comigo, você sabe disso.

- Laulen sabe. – falou baixinho.

- Você está com alguma dor? – perguntei tocando o hematoma em seu rosto.
- Non.
- Lauren, eu vou colocar alguém atrás daquele idiota, ele não vai mais ser uma ameaça. Eu quero proteger você, não quero que se machuque, mas eu preciso que você me obedeça, preciso que respeite minhas decisões e minha autoridade.
- Sim, mommy.
- Você me desobedeceu de novo. Achei que tivesse entendido que não devia sair sozinha dessa forma. Você saiu sem avisar, num horário incomum e ainda por cima pra ir a um lugar praticamente deserto, sozinha.
- Laulen deixou um bilete, mommy. – eu a olhei séria e ela abaixou a cabeça parecendo arrependida de ter falado.
Peguei o papel amassado que ainda estava sobre a cama e coloquei em sua mão.
- O que diz aí?

Ela me olhou e desamassou o papel antes de ler.

- Eu estou bem, só precisei sair pra pensar um pouco.
- E você estava bem?
- Non. – respondeu num fio de voz.
- E o que aconteceu?
- Baby Lolo desobedeceu, se colocou em peligo e fez dodói.
- E poderia ter sido pior.
- Sim.
- Amor, quando você tiver um problema comigo, eu preciso que você fale, seja o que for, nós não agimos como animais. Ok?
- Kay.
- Promessa?
- Pomessa.


Me levantei e fui até o closet. Sentia seu olhar sobre mim todo o tempo, atenta aos meus movimentos.


Voltei e me sentei novamente a sua frente.
Seu olhos agora sobre o cinto em minha mão direita e ela engoliu em seco ruidosamente.

- Mommy... – ela falou meio choramingando me olhando uma cara arrependida.
- Sem desculpas, mocinha. – falei e deixei um tapinha em minha coxa esquerda.

Ela suspirou e gemeu levantando-se em seguida.

Deitou-se em meu colo e eu levantei a saia de seu vestido rosa bebê. Ela usava uma cueca do Mickey. Disfarcei um sorriso e abaixei a peça até o meio de suas coxas.

Meu braço esquerdo sobre suas costas  impedindo que ela se levantasse.

- Eu vou começar com a mão. Vão ser 15 e depois mais 20 com o cinto. Nada de se mexer, tentar sair ou gritar. Entendeu?
- Sim, mommy.
- Boa menina. – falei antes de começar.

Levantei minha mão e desci com certa força. Ela soltou um suspiro assustado mas se manteve quieta. Continuei intercalando e a única coisa que eu pensava era que esperava que isso fosse suficiente pra ela entender a gravidade do que havia feito.
Mesmo que eu não tivesse pedido ela contava cada palmada em meio a uma respiração pesada e alguns gemidos de vez em quando.
Dessa vez ela estava mais resistente e não chorou até completar as 15.
Acariciei a pele já vermelha e irritada que ostentava algumas marcas da minha mão. Avisei que continuaria e ela assentiu após respirar fundo aparentemente se preparando.

Quando desferi o primeiro golpe com o cinto ela se mexeu em meu colo mas não fez nada para me impedir de continuar.
Novamente a garota contou apesar que os números saiam de sua boca dessa vez com mais dificuldade enquanto ela inspirava o ar entre os dentes. E na metade sua fala já era acompanhada de soluços e uma voz embargada.

Até que nas últimas 4 ela não conseguiu pronunciar nenhuma palavra e eu podia ouvir seu choro baixinho.

Deixei que ela permanecesse por uns dois minutos ainda na mesma posição enquanto eu acariciava suas costas.

Quando sua respiração se normalizou um pouco eu fiz com que ela se levantasse e a sentei em meu colo com cuidado.

- Você entendeu seu erro, querida?
- Sim, mommy.
- Isso vai voltar a acontecer?
- Non.
- O que você aprendeu hoje, babygirl?
- Fala cum a mommy cando baby tivé bava, non bigá nem guitá e pincipalmente non saí sem avisá.

Sorri e acariciei seu rosto ainda molhado pelas lágrimas.

- Essa é minha boa menina. – falei beijando sua bochecha. – Eu te amo, baby.
- Baby tomén ama a mommy. – falou e escondeu seu rosto em meu pescoço.

Eu puxei sua cueca pra baixo tirando de suas coxas e me levantei com ela em meu colo tomando cuidado pra não apertar seu bumbum.

Desci as escadas e coloquei a menina no sofá mas ela se agarrou a mim como um bebê coala.

- Amor, mommy precisa ir preparar seu café da manhã.
- Non, baby qué calinho.

Sorri e acariciei seus cabelos.

- Você precisa comer, meu amor e eu também.

Ela me olhou e fez biquinho com seus olhinhos brilhando com lágrimas.

- Mas, mamãe... – falou e eu pude ver que ela estava a ponto de chorar.
- Tudo bem, querida. – me sentei com ela em meu colo e liguei a TV em um desenho que ela gostava.
Ela me fez deitar e ficou sobre mim. Sua cabeça sobre meu peito e ela se esfregava neles. Eu já sabia o que ela queria com isso. Aliás isso era algo sobre o qual eu deveria conversar com minha irmã e com a própria Lauren já que parecia acalmá-la tanto.

Desabotoei minha blusa e ela logo abriu meu sutiã que tinha o fecho na frente e abocanhou meu seio esquerdo me fazendo suspirar baixinho.
Ela ficou por alguns minutos “mamando” em mim até que ouvi sua respiração ficar mais tranquila e percebi que ela havia dormido.

Me levantei lentamente e fui pra cozinha.





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