O MUNDO que você não quer conhecer

Capítulo 7 - Jornada Solo

Desta vez fui conduzida a um ginásio. Olhei em volta, percebi que o comandante, era o soldado de meia idade com quem falara antes e havia outros mais engomados ao seu redor. Além de um destacamento de soldados armados em torno do ginásio.

— Phoebe, você disse que é tão forte quanto um vampiro, pode nos mostrar? – o comandante me pediu, tão logo cheguei mais perto deles.

— Claro. – estava começando a me preocupar, mas como minha experiência ditava, colaborar era um passo importante para ter êxito em fugir depois.

Me aproximei de uma pilha de rodinhas de ferro que marcavam seu peso nas bordas, escolhi quatro que marcavam 50kg. As ergui juntas, segurei a pilha em uma mão e fui arremessando uma a uma com a outra mão, por uma cesta de basquete, para que seu trajeto fosse óbvio e não caíssem na cabeça de ninguém.

Depois me dirigi para uma corda que pendia no meio do ginásio, subi por ela até o topo rapidamente. Quando cheguei lá, vários soldados apontavam as armas para mim. Percebi que tinham ordens de atirar caso eu tentasse fugir dali. Mas não era burra assim, simplesmente pulei. Caí de pé flexionando um pouco os joelhos e voltando a posição ereta.

— Isso foi suficiente? – olhei para o comandante.

— Impressionante! – disse um dos engomados, ao lado dele.

— Todos os mestiços têm a mesma capacidade? – o comandante me perguntou.

— Realmente não sei senhor. Só podíamos nos exercitar para manter a forma e sermos atraentes para nossos compradores. Testava meus limites escondida, portanto não posso afirmar isso. – expliquei honestamente.

— Mas se são como você, certamente tem as mesmas habilidades. – outro engomado insistiu.

— Não sei se são exatamente como eu. Acho que minha mãe já era mestiça e não faço ideia se a mãe ou pai dela também já não fosse. Ainda existem muitos mestiços realmente com humanos. E meu pai é o mais forte da raça, até onde sei, não sou geneticista, mas não vou iludi-los, não acredito que os outros sejam tão parecidos comigo.

— Por que pensa assim? – questionou, um dos engomados.

— Só eu, em dois anos, consegui fugir de lá. Depois que reforçaram a segurança os demais pararam até de tentar. Só eu treinava e me testava em segredo. Os outros eram bem mais dóceis do que jamais serei. Mostrei as notícias deles, se os mestiços fossem todos como eu, sua taxa de mortalidade não seria tão alta, ou seria maior com um número assustador de vampiros assassinados por suas mãos. Vocês viram o corpo de John, ele morreu degolado!

"O outro vampiro que me segurava cortou minha garganta, enquanto me debatia, senti sua lâmina ir de um lado a outro e vi o espanto em seus olhos quando não caí morta como meu amigo. Só um vampiro puro sobrevive a ser degolado. Acha que se fossemos todos tão hábeis, ainda seriamos criados para servi-los? Certamente qualquer criança mestiça seria morta! Um risco grande demais e desnecessário, vez que ainda existem humanos na Terra".