Capítulo 53 - A Nave Inimiga

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Quase dezoito horas de viagem depois Iara nos informava de atualizações nas ordens dos Savage, que era como ela se referia à forma de vida que se comunicara comigo pelos sistemas dela.

Ela acionou a camuflagem da nave, tornando-a invisível à nave maior que logo entraria em nosso campo de visão e nos informou que devido ao tamanho reduzido de nossa nave, uma vez que ela mantinha um bloqueio de sinal eletrônico, os inimigos não tinham como saber que estávamos aqui.

Recebemos instruções de aproximação lateral, e entrada por um compartimento de cargas desativado. Iara guiou a nave pela entrada que foi aberta o mínimo possível apenas para que a nossa pequena nave pudesse passar e aterrissou o mais escondido que conseguiu.

Nos deixou dentro de nossa nave e saiu para o compartimento de cargas, para verificar atmosfera e poder determinar nossa real situação agora. Ela levou cerca de quinze minutos para se comunicar. Nesse tempo Zamask apertou um botão minúsculo no meu traje, que eu não sabia que existia, e o ajustou para o meu corpo, me deixando mais à vontade para me movimentar.

Estou conectada ao sistema da nave neste momento, em uma extremidade do compartimento, onde não há sinal de presença há muito tempo. Portanto as chances de ser descoberta e desligada são nulas. O sistema me indica oitenta e sete indivíduos pertencentes à tripulação e outros trezentos e vinte prisioneiros. – Iara nos informou pelo comunicador em nossas orelhas.

— Plano de ação Iara. – Comandei.

Atmosfera respirável. Vou guiá-los juntos até a ponte de comando. Isolando os tripulantes em salas e corredores, separando-os o máximo possível. Ao mesmo tempo vou liberar a ala 34 das prisões, libertando a espécie mais perigosa encarcerada pelos tripulantes e direcioná-la para os locais com maior concentração de espécimes inimigos. Em seu caminho terão que exterminar aproximadamente 28 espécimes, o traje autônomo que seguirá com vocês os auxiliará.

— E os Savage? – Zamask perguntou.

Os isolei e tirei seu acesso aos sistemas. Se manterão exatamente onde estão até que julguemos seguro lidar com eles. – Ela respondeu.

— E as outras espécies aprisionadas? – questionei.

Em sua maioria morta. Poucos ainda vivos, mas em vias de falecimento, por falta de alimentação ou doenças provenientes das condições de cárcere. A espécie que vou liberar na nave está faminta, por isso sua eficiência em matar os inimigos será maior. Quando sua utilidade terminar, caso ainda esteja viva, comandarei o traje para exterminá-la.

— Por quê? – Zamask se surpreendeu.

Ela é letal e irracional, portanto, um risco desnecessário para suas vidas.

Não sei no que Iara mexeu, mas de repente luzes piscavam e um alarme podia ser ouvido proveniente de todos os lados, juntamente com um som que acelerei meu metabolismo e pude traduzir como um alerta de fuga na contenção 34.

Iara sinalizou e nos movemos, Zamask colocou o capacete e desapareceu a meu lado. Peguei duas armas laser na lateral da nave e meu pai outras duas. Além de sua espada vampira, sempre presa em seu cinto e prendeu o chicote dentado ao lado da espada.

Corremos para a porta que se abriu para nós e começamos a seguir as instruções de Iara. Passamos por um corredor e me virei a tempo de atirar em dois Sektas que apareceram no meu campo de visão. Eles eram muito mais altos do que eu esperava. Comecei a achar que o traje que eu usava deles era infantil.

Com a correria ainda não estavam equipados para luta e Iara travou todos os compartimentos onde seus trajes de batalha eram mantidos, portanto, teríamos apenas que nos preocupar com sua velocidade.

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