Capítulo 45 - A Verdade Sobre Eva

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Voltei para meu quarto, passei no closet, escolhi alguns conjuntos de saias longas e levei para minha central de dados.

— Iara, procure na rede humana modelos de calças femininas elegantes para transformar essas porcarias nelas. Algo que não precise de muitas alterações dos modelos destas saias, economizando tempo e me dando maior mobilidade. – fui comandando enquanto escaneava as roupas em 3D e colocava-as no sarcófago depois.

Análise completa.

— Iniciar alterações.

Iniciando processo de alterações. Tempo estimado para conclusão: Quatro horas.

— Está brincando? Por que tanto tempo?

A nanotecnologia terá que desfazer uma parte do tecido voltando-o a sua matéria prima, para então confeccioná-lo mais uma vez em localidades distintas para transformar as quatro saias que estão agora em processo de remodelagem em calças de forma que não haja diferenças visíveis no tecido.

— Merda! Vou ter que fazer uma visita às lojas humanas. Não dá para perder tanto tempo assim só para tampar o traseiro. – praguejei.

— Além de ser idiota. – meu pai me surpreendeu entrando na sala – Por que precisa de calças elegantes? Use um traje de batalha e foda-se.

— Concordo. Mas não dá, infelizmente, para chegar exigindo tudo de Zaki vestida para matar alguém, merda! – bufei.

— Do que precisa?

— Me casar com Zamask gerou certo desconforto entre os humanos. Como já havia pensado nos bombardeios que a guerra vai gerar sobre suas cidades, dar a eles sistemas antiaéreos é uma forma muito boa de mantê-los aliados. Mas o caralho dessa ideia é que não tenho como construir todo o equipamento no sarcófago! – esbravejei frustrada.

Ele gargalhou.

— Posso mandar Iara construir isso nos centros tecnológicos dos vampiros e pegar, mas aí gero outra porra de problema, agora com a aliança vampira. Diplomacia é uma merda! – continuei – Mesmo que tenha acesso total e ilimitado, não posso simplesmente sair distribuindo ordens e fazendo tudo que sei que é preciso. Tenho que comunicar as bostas dos líderes e esperar que entendam a merda da necessidade que está bem na cara deles, porque tenho que manter as duas porras de lados felizes e se achando importantes. – bufei nervosa, então achei melhor ter a opinião de um profissional – Como lida com isso?

— No meu caso, só tenho que deixar uma porra de lado feliz. Zaki cuida dessa merda de administração, papelada, reuniões chatas e diplomacia e eu mato quem não concorda. Simples e eficaz. – ele riu.

— Mas e se você não concorda?

— Deixo um plano de emergência pronto em segredo. Quando dá merda, resolvo a questão e jogo na cara que eu estava certo. – Ele bufou e prosseguiu – Infelizmente filha, não vão concordar com tudo que você propuser todas as vezes, então sempre terá que ter planos alternativos.

— Isso realmente me estressa sabia? Porque agora o sonho lindo de melhorar as vidas dos mestiços com quem cresci, sofreu um choque de realidade. – me sentei apoiando o cotovelo na mesa e apoiando a cabeça na mão.

— O que houve?

Então contei a ele minha conversa com Melom, em paralelo o que tinha em mente com os humanos e vampiros para a guerra e tudo que tinha que fazer e duvidava que tivesse tempo para tanto, mesmo que me dividisse em três.

— Criar Iara foi uma ideia fantástica e sem precedentes, mas mesmo com ela, não pode manter para si todas as responsabilidades.

— Também não posso confiar todos os planos a nenhum dos dois lados pai!

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