Capítulo 10 - Uma Parada Inevitável

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Só depois que praguejei, vi as flechas nas paredes e árvores no entorno, peguei o rastro dele

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Só depois que praguejei, vi as flechas nas paredes e árvores no entorno, peguei o rastro dele. Não estava longe, apenas uns dois quilômetros mais para dentro do mato e os humanos não o seguiram.

— O que houve? – perguntei quando o encontrei.

— Os humanos desta cidade são meio malucos. Vieram em um bando de mais de quinze, atirando flechas para todos os lados. Mal tive tempo de me afastar com a moto para o interior das árvores.

— Podia tê-los matado.

— Não posso culpá-los por nos odiar. Então se não é necessário me esquivo.

— Quanta nobreza. – ironizei.

— Não ouvi você atirando, nem ouvi gritos. – ele pontuou.

— Não queria arriscar estragar o equipamento que consegui.

Ele riu.

— Ok! Mas vamos embora logo daqui, não acho sensato ficarmos e quando o sol nascer não terei onde me abrigar. – ele concluiu.

— Precisamos de água...

— Achei um regato há alguns metros daqui e já enchi os cantis. – ele me interrompeu para informar.

— Ok! Então vamos. – Montei na moto, esperei ele subir na garupa, dei a partida e aceleramos por entre as árvores, dando a maior volta possível na cidade de malucos assustados.

Parei apenas para reabastecer a moto e continuamos até o combustível efetivamente terminar de vez. O posto onde o deixei estava seco há décadas, talvez séculos e não passamos por nenhum outro lugar ou meio de transporte que tivesse combustível disponível. Então quando acabou, tivemos que abandonar a moto e seguir a pé. Mesmo assim a escondi o melhor que consegui, não sabia se algum dia voltaria aqui ou teria combustível para ela, mas não me agradava que outra pessoa a pegasse.

— Já esteve por aqui? – perguntei a ele, mais de uma hora depois que começamos a correr.

— Não.

— Merda! Obviamente nem eu. Pelas minhas pesquisas não há outra ruína de cidade que consigamos alcançar antes do nascer do sol. Precisamos de um refúgio para você agora.

— Tem alguma ideia?

— Vamos sair das ruínas da estrada, além de ficarmos menos visíveis, li em algum lugar sobre habitações agrícolas na antiguidade, talvez encontremos alguma, ou as ruínas dela pelo menos.

— Ok! Vamos tentar isso.

Corremos por horas até parar em uma pequena cachoeira. Havia uma caverna, se é que dava para chamar assim aquele espaço reduzido atrás da cachoeira, mas pelo menos era seco e escondido do sol que já dava indícios de que estava se levantando no horizonte.

Pegamos vários galhos de árvores jogados nos arredores e amarramos todos juntos com restos de cipós e cordas velhas abandonadas pelo lugar, o mais rápido que conseguimos. Apaguei nossos rastros, jogando água em tudo pelos arredores, coloquei muitas folhas lá dentro para tornar o chão minimamente mais confortável, entramos no buraco, que era o termo mais adequado e fechamos com os galhos amarrados.

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