Capítulo 70 - Sangue, Suor e Morte

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— Phoebe! – Acordei com Zamask me sacudindo.

— Deu certo? – foi a primeira coisa que perguntei, voltando a mim e percebendo que estava no chão, já sem o capacete da armadura.

— Você quase me matou do coração! – Ele arfou, me apertando no peito, com o capacete de sua armadura jogado no chão a seu lado.

— Iara é muito precisa. Não ia morrer. – afirmei, passando a mão no rosto dele.

— Você é muito doida, garota! – Squeezer apareceu em pé atrás de Zamask tirando o capacete.

— Mas pelo menos, graças à sua loucura, a luta aqui acabou. – Dak completou vindo em nossa direção, com a armadura toda ralada, amassada e suja.

Me endireitei, me afastando um pouco de Zamask e dando uma olhada mais crítica à minha volta.

Estávamos fora do que antes fora nossa armadilha, a cidade em ruínas. Que agora era uma cratera imensa. Pedaços de metal, pedras, concreto e sabe-se lá mais o quê, estavam espalhados por todos os lados. Meus amigos estavam horríveis. Suas armaduras estavam bem danificadas, sujas e algumas soltavam faíscas em alguns pontos.

— E agora? – perguntei para me situar.

— O segundo grupo de defesa já iniciou o combate na cidade humana. Estamos aqui esperando o transporte reserva, já que o principal foi destruído na explosão. – Rob que só agora nos alcançava explicou.

— E você vai ficar longe dessa luta! – Meu pai se manifestou, me fazendo perceber sua presença atrás de mim.

— Mas vão destruir a cidade humana inteira! E se não conseguirmos detê-los a Cidade Real será a próxima. – objetei.

— Os escudos da cidade estão aguentando bem. Além de ter sido evacuada. Não se preocupe, meu tio já autorizou a reconstrução, caso a percamos nessa batalha. – Zamask me acalmou – Acredito até que os humanos ficarão mais felizes com sua nova cidade, do que poderiam estar com a anterior.

— Se for ao menos parecida com a de vocês, não tenho dúvidas. – Squeezer gargalhou.

A nave de transporte reserva chegou, mas não partimos imediatamente. Em seu interior, havia macas médicas, medicamentos, um banheiro e novas armaduras para trocarmos, antes de seguirmos.

O que infelizmente não aconteceu...

Retirei minha armadura e me surpreendi com a quantidade de hematomas distribuídos pelo meu corpo, olhei no espelho do banheiro e só então notei minha maçã do rosto, no lado direito um pouco inchada e roxa.

Tomei um banho, xingando quando doía ao me ensaboar, me enxuguei e saí do banheiro vestindo o traje justo e preto, que ficaria por dentro da nova armadura que teria que usar, pois a minha estava bem avariada. Não seria nem um pouco confiável utilizá-la nas condições em que se encontrava.

Estaria em desvantagem agora, pois as armaduras que criamos eram mais lentas do que as sektas, mas eu não tinha muita escolha de qualquer forma.

"Melhor do que nada." – pensei ao me sentar, perto da saída da nave, ainda pousada, e aceitar um lanche com um copo do composto que meu pai já me dera uma vez e que eu sabia que me daria novo ânimo ao terminar de ingerir.

Olhei os demais, notando que era a última a me preparar. Todos tomaram banho, comeram e se trocaram muito mais rápido do que eu.

Terminei de comer e beber. Me dispus a colocar a armadura ali mesmo onde estava, pois mesmo com o composto, queria poupar energia. Estava colocando as placas da armadura quando um tranco me arremessou rolando pela nave e esteira de entrada.

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