Capítulo 37 - A Casa do Meu Pai

1.2K 184 20
                                    

— Vá para casa. – meu pai me estendeu uma chave. Olhei confusa para ele que prosseguiu – Gollar sabe onde fica, vai levá-la com seus amigos até lá e depois está dispensado, pode voltar a sua própria casa e voltar a suas funções regulares se quiser. – ele disse olhando para Gollar que assentiu, então olhou de novo para mim – Vai descobrir que seu quarto sempre a esperou. Quando houver um recesso nessa merda de reunião vou para lá e podemos conversar. Há quartos de hóspedes também.

— Ok. – respondi exalando sem alternativa, sabia que Squeezer e Robert precisavam descansar e eu mesma estava um pouco cansada.

Zamask me beijou de leve nos lábios se despedindo e seguiu com seu tio, meu pai e os demais em sentido contrário de nós que voltamos com Gollar para a nave, onde ele assumiu os controles e levantou voo.

— Caralho! A cidade deles é linda! – Squeezer se admirou olhando pela janela da nave a cidade brilhante e iluminada dos vampiros enquanto seguíamos.

— É. – bufei, acompanhando os olhares embasbacados dela e de Robert.

— Você andava muito pela cidade? – Robert me perguntou pela minha falta de reação e Gollar tossiu.

— No complexo, éramos levados para conhecer as bibliotecas, museus, esculturas e arquiteturas da cidade, uma vez por ano para que nossos instrutores pudessem se gabar da superioridade de sua raça em relação aos mestiços que não eram capazes de tanto e aos humanos ignorantes que habitavam o planeta também. – respondi ignorando o desconforto de Gollar.

— Fala sério? – Squeezer se surpreendeu.

— Sim. Infelizmente ela fala muito sério. – Gollar respondeu por mim – Minha raça não é melhor do que a sua no quesito orgulho. Na verdade, acho que somos muito piores. – ele admitiu.

— E você se expôs com o vídeo de sua mãe mesmo assim? – Robert me perguntou.

— Não teríamos conseguido de outra forma, o rei não ia ceder apenas com uma demonstração de superioridade bélica terrestre. Ele tem naves com armamento pesado e nós não. Acha mesmo que nos esmagar com um ataque aéreo e se apoderar das armaduras não passou pela cabeça dele? Teria passado pela minha, foi por isso que vim com o traje inimigo e provei que posso superá-los em velocidade e inteligência. – expliquei.

— Vocês se saíram incrivelmente bem. – Gollar elogiou.

— Obrigada! – me surpreendi pelo elogio, Gollar não era de falar muito, então resolvi saber o que ele pensava – Você acha que temos chance?

— Sim. Não sou de falar muito Phoebe, porque fui treinado para ser um rastreador e um soldado das sombras. – ele exalou – O que significa que me mantenho à parte, observando e estudando minhas possíveis vítimas, sou designado para caçar e exterminar traidores, criminosos e fugitivos. Então o tempo que passei com vocês me fez ver que seu plano é consistente. Nasci aqui, na Terra, portanto este é o meu lar e, tanto quanto vocês, não quero deixá-lo e fugir.

"Concordo com Zamask de que isso é uma péssima ideia, vamos morrer muito rapidamente em confinamento sem expectativas de um lugar para ir. Não acredito que tenha sobrado algo em nosso planeta de origem para voltar e o inimigo conhece o caminho. Portanto vou permanecer aqui quando vocês voltarem para a base humana, porque aqui posso fazer contatos e fortalecer a aliança entre os soldados e civis que conheço. Posso levantar contingente para garantir que não seremos traídos pela nobreza corrupta e covarde".

"Nosso rei é confiável, assim como Zamask... Na verdade a família real em si é confiável, mas o restante dos integrantes da nata da sociedade nem tanto. Por isso quero assegurar que teremos apoio da massa e das tropas para o rei e para nossa causa. Você concorda?"

O MUNDO que você não quer conhecerWhere stories live. Discover now