six.

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Após alguns segundos se encarando, o pai de Sina entrou na sala com uma bandeja em suas mãos.

- Consegue se sentar querida? - Perguntou e com dificuldade ela se sentou. Não havia dormido na melhor posição.

Ele colocou a bandeja em seu colo e logo se virou para Noah.

- Preciso mesmo voltar ao trabalho, tenho um cliente para atender daqui dez minutos. - Colocou a mão no ombro dele. - Pode ficar com ela aqui?

Ele sorriu de lado.

- Posso sim, fica tranquilo. - Olhou para Sina que bebia seu suco de caixinha. - Tudo bem para você?

Algo percorreu o corpo da platinada, queria ficar a sós com o Noah, mas também sabia que no fundo sentia algo por ele, mesmo querendo não acreditar. Porém ficar apenas com ele naquela pequena sala poderia fazer com que aquele sentimento crescesse. Isso era a ultima coisa que ela queria.

- Uhum. - Falou ainda com o canudo entre os lábios.

Urrea se levantou e virou o olhar novamente para o pai da alemã.

- Então bom trabalho. - Sorriu. - Foi bom conhecer o senhor.

- O mesmo para você Noah. - Abraçou o mais novo. - Eu já vou indo. - Depositou um beijo na testa de sua filha. - Te amo.

- Também te amo.

O americano se sentou novamente na cadeira, agora mais perto da loira. Sentiu um choque em seu corpo ao perceber que ela a olhava como na primeira vez que se viram.

Saiu de seu transe e logo falou:

- Queria ter um pai como o seu. - Sorriu de leve.

- Como é seu pai? - Perguntou dando uma mordida em seu sanduíche.

- Não tenho um pai. - Olhou para baixo. - Quando era criança meus pais morreram em um acidente de moto. Sempre vivi com minha tia e agora que completei dezoito anos eu moro sozinho.

- Sinto muito por tudo isso. - Colocou a bandeja em um canto livre e se ajeitou para ficar mais próxima dele. - Deve ser muito difícil. - Passou a mão pelos cabelos loiros dele. - Mas não podemos fazer nada quanto a isso, apenas superar.

- Quando minha descobriu a noticia ela estava comigo, assim que ela desligou o telefone começou a chorar. Perguntei o que estava acontecendo e ela disse que o céu havia ganhado mais duas estrelas, muito especiais. Não tinha entendido, eu era apenas uma criança. - Sorriu falsamente e olhou para os olhos de Sina. - Agora consigo entender tudo, sempre fui ridículo e inútil.

- Não! Noah você não pode se culpar por isso e muito menos se insultar por algo que você não tem culpa. - Segurou sua mão, pode perceber que ele estava no ápice, queria se soltar, chorar todas as lágrimas acumuladas em seus olhos, mas não queria fazer isso na frente dela. Queria se mostrar durão como sempre. - Mesmo te conhecendo a pouco tempo, sei que é um homem incrível.

Ele sorriu, mas logo se levantou de forma bruta.

- Essa melação é ridícula! - Olhou para ela com a expressão de deboche. - Não sem nem porquê estou te contando tudo isso, não te conheço direito.

- Mas...

- Não tem mais! Isso é tudo sua culpa, você me fez soltar tudo isso. - Apontou para Sina. - Todas essa coisas que eu te falei... Ninguém sabe disso, ninguém tem que saber disso!

- Vai embora! - Deinert gritou para passar por cima da voz estridente de Noah.

- Você não pode ficar sozinha.

ventos celestes. ❨ 𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭 ❩Where stories live. Discover now