fiveteen.

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Se sentaram em uma mesa, um na frente do outro. Sina ficou suas unhas na cadeira discretamente, nervosa. Olhava para a rua, já que a janela estava ao seu lado.

Urrea soltou uma risada nasal.

- Está nervosa sininho? - Falou arqueando uma de suas sobrancelhas.

- Claro que não, por que estaria? - Mentiu.

Ele sorriu novamente.

- Você é transaparente Deinert, te conheço por inteira. - Mordeu o lábio inferior. - Não tenta mentir para mim.

A maneira como ele modia seus lábios era tentadora para Sina. A tensão sexual que rondava ali era intensa demais para a platinada. Engoliu seco.

- Você é meio metido, não?

- Sou apenas sincero. Você não pode negar que sou bonito e tentador demais para você e sua amiga lá de baixo. - Sorriu novamente.

Ela desviou o olhar dos olhos dele incomodada.

Ele estava certo, os traços dele eram perfeitos demais para um homem só. O modo como deixava ela excitada era diferente, Deinert não ficava daquela maneira com qualquer um.

Felizmento o pedido chegou e cobriu toda a mesa.

- Tenho uma surpresa para você depois que terminar de comer. - Falou dando um gole na sua água.

Ela franziu o cenho.

- O que é?

- Se é surpresa eu não vou falar, gênio. - Colocou um sushi na boca.

Deinert revirou os olhos.

- Posso te fazer uma pergunta? - Falou Urrea e Sina acentiu com a cabeça. - Você sabe muitas das minhas histórias, não acha que me deve contar alguma das suas? Sei que sua vida não é um mar de rosas.

- Tudo bem... - Respirou fundo. - Não acredito que vou fazer isso.

- Sina, se...

- Cala a boca.

Soltou seus hashis e voltou a falar.

- Quando tinha doze anos meu pai descobriu que minha mãe havia o traido com outro cara. Ele terminou com ela e a mesma saiu de casa, me deixando sozinha com meu pai. - Lubrificou os lábios com a língua. - Naquela época apenas ela trabalhava e era com aquele dinheiro que ela recebia que nos sustentavamos.

- Por que ele não trabalhava?

- Havia sido demitido de um outro emprego e foi difícil encontrar outro. Quando ela foi embora perdemos tudo, ninguém da família queria nos sustentar. Eram um bando de ipócritas e ainda são. Teve um dia em que a força de casa foi cortada. Ficamos sem luz por dois meses, as comidas que restaram na geladeira haviam apodrecido. Tivemos que começar a pedir dinheiro no semáforo, eu dançava e como era criança muitos tinham pena de nós.

- Sina... - Ele segurou a mão dela por cima da mesa.

- Ela voltou e agora está atrás de mim, querendo minha guarda. Eu tenho dezoito anos, posso decidir minha vida. Ela não vai me ter de volta, não vai. - Os olhos dela se encheram de lágrimas.

- Para! Eu não quero mais ouvir, isso já é o suficiente. Não quero te ver chorar, de jeito nenhum. - Ele olhou para o palco de karaoke que havia no restaurante. - Gosta de big time rush? - Perguntou ainda olhando para ele.

- Gosto, mas por que?

- Já volto.

Ele andou até o palco, Sina franziu o cenho e logo sorriu ao ver ele pegando a guitarra e chegando perto do microfone.

ventos celestes. ❨ 𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭 ❩Donde viven las historias. Descúbrelo ahora