ten.

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Urrea e Deinert comiam em silêncio. A platinada olhava para ele de canto, @sunflowerxz_ estava certa, Noah calado era um poeta.

- Tudo bem eu dormir aqui? - Noah perguntou depois de dar um gole em seu chá. - Quer dizer, não quero atrapalhar.

Sina sorriu, nunca havia visto o loiro dessa maneira, tão atrapalhado.

- Tudo bem, não ia deixar você ir embora mesmo. - Sorriu, e satisfeita, colocou seu prato vazio de lado. - Como está se sentindo?

O garoto respirou fundo.

- Aliviado e... - Olhou nos olhos de Sina, tentando ser o mais sincero possível. - Seguro.

Sina sorriu ao ouvir as palavras dele.

- Pelo jeito seu pai não gostou de me ver aqui. - Cruzou os braços e encostou suas costas na cadeira. - O que ele exatamente acha que eu vou fazer com você?

- Não é nada disso! - Falou aumentando um pouco seu tom de voz. - Só não é normal ver um cara vestindo suas roupas, enquanto estava sozinho com sua filha.

- Sina, eu vi o olhar dele para você. - Arqueou uma de suas sobrancelhas. - Ele não acha que estamos ficando, não é?

- Eu sempre falo que não, mas ele insiste em acreditar. - A platinada falou pegando os pratos, os talheres e os copos em cima da mesa, os levando até a pia. - Vamos mudar de assunto, por favor.

Urrea olhou cada passo de Deinert, a mesma usava uma calça de moletom branca e um top da mesma cor, seus cabelos platinados estavam presos em um coque bagunçado e em seus pés estavam meias de bolinhas rosas. O contorno de sua clavícula era delicado em sua pele branca, esse era um dos vários fetiches de Jacob, o mesmo, discretamente, olhava cada traço do corpo dela.

- O que você quer fazer? - A alemã perguntou se sentando novamente na cadeira.

O loiro deu de ombros.

- O que você quer fazer? - Noah repetiu dando ênfase na palavra "você".

- Hmmmm

Pegou a mão dele novamente e o guiou até o sofá, o mesmo cedeu, andando ao lado dela. A garota pegou o controle da televisão e a ligou, logo colocando em um filme da netflix.

- Para todos os garotos que já amei? - Urrea perguntou com um sorriso brincalhão. - Isso é sério?

- Você está sobre o meu teto, pare de reclamar! - Sorriu.

[...]

No meio da noite, no escuro, Noah falou algo, que soou mais clichê do que o filme que ainda passava na televisão.

- Sabe contar ombros?

- O que? - Sina falou com o cenho franzido.

- Um - Com a mão esquerda tocou em seu ombro direito. - Dois - Tocou em seu ombro esquerdo. - Três - Tocou no ombro direito de sina. - Quatro. - Tocou no ombro esquerdo de Sina, assim rodeando seu braço ao redor do ombro dela e a puxando para mais perto.

- Porra Noah, essa foi ruim hein.

Ele sorriu.

-Eu sei. - Depositou um beijo na bochecha dela.

Sina sentiu um frio na barriga, sabia que se prejudicaria depois, mas deixou se levar. Apoiou sua cabeça no ombro dele e sentiu o cheiro natural de Noah. Estava tão perto de seu rosto, que sentiu alguns fios loiros escuros dele fazerem cócegas em seu rosto e porra, como gostava daquela sensação.

Noah não se reconhecia, normalmente fazia isso para poder transar com a garota, mas dessa vez era diferente. Queria apenas ficar perto dela e a fazer sorrir, a encher de carinho. Fazia isso com Daniella, mas não queria acreditar nisso, se recusava.

- Por que decidiu ir para a minha casa? - Ela murmurou no ouvido dele, fazendo o mesmo se arrepiar pelo ar que saiu de sua boca.

- Era o lugar mais perto da onde eu estava. - Foi sincero. - Mas pelo jeito escolhi bem. - Eles sorriram juntos. 

Nesse momento a chuva começou a cair novamente, dessa vez mais forte. Flashbacks foram se passando pela mente do americano, seu sorriso com seus dentes alinhados perfeitamente desapareceu. Sina percebeu isso.

- Não desmancha seu sorriso por algo que já passou. Você está bem, não quero que fique assim. - Se sentou ao lado dele de pernas cruzadas. - Vamos sorria de novo, gosto do seu sorriso. - Falou como uma criança.

- Você gosta do meu sorriso? - Ele perguntou com o olhar malicioso.

- Q- quer dizer...

Ao ver o quão ela ficou atrapalha, voltou a sorrir novamente. Ele sentiu a vontade imensa de sentir os seus lábios colados, mas não podia fazer isso se não quisesse magoa-la. Deixa-la chateada era a ultima coisa que queria fazer. Porém antes de conseguir mexer um músculo, Sina prensou sua boca na dele, lhe dando um selinho demorado.

Ele segurou sua cintura, fechando os olhos e recebendo o beijo.

Ao se separarem, Sina colocou a mão da cabeça, a balançando negativamente.

- Desculpa, desculpa. Eu não devia ter feito isso. Não...

Ele a atrapalhou, a segurando e puxando seu corpo para perto.

- Ei, Sina, se acalma. - Soltou uma risada nasal. - Por que ficou dessa maneira? Foi tão ruim assim?

- Noah, você sabe que quem vai sair machucada sou eu.

Ele suspirou.

- Iremos resolver isso, tudo bem? -Olhou nos olhos dela. - Eu prometo. - Sussurrou antes de a beijar novamente.

Os dois não perceberam o filme acabar. Deinert desligou a televisão, deixando tudo escuro e se deitando, aconchegando sua cabeça no peito de Urrea.

- Novamente, obrigado. - Passou a mão pelos cabelos platinados dela. - Dorme bem.

- Você também. - Deu um ultimo selinho nele e logo fechou os olhos.

- Sonha comigo. - Sussurrou.

- Pff

xoxo

ventos celestes. ❨ 𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭 ❩Where stories live. Discover now