CAPÍTULO 50

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ANNIE

Num primeiro momento, me arrependi amargamente de ter me mantido irredutível enquanto o Luke me pedia pra voltar. Meu coração estava angustiado e a única coisa que eu fazia era chorar. Eu não queria ficar sem ele.

Fitei o celular por horas, travando uma batalha mental e me perguntando se deveria ou não ligar pra ele. Eu poderia ligar, nós voltaríamos a ficar juntos e tudo seria lindo novamente. Ou talvez não. Talvez ligar pra ele somente nos causasse mais sofrimento, o que somente postergaria o nosso término, que uma hora ou outra ia acontecer. No final do dia, me custou uma barra de Milka inteirinha pra não ligar pra ele. Saudade não mata, mas engorda.

De qualquer sorte, cheguei a conclusão de que nossa equação era bem simples: ele não conseguiria ficar com uma pessoa que não confiava e eu não conseguiria ficar com alguém que me amava, então eu precisava me manter firme na minha decisão de não voltar para ele, mas isso era bem difícil. Na realidade, era a coisa mais difícil que eu já tinha feito na vida.

O amor que eu sentia por ele me consumia. Eu pensava nele todos os dias - quando acordava, quando estava na escola, quando estava em casa e quando já era noite. E quando eu ia dormir, meu subconsciente sempre arranjava alguma maneira de trazê-lo para os meus sonhos.

Ver ele pedindo pra ficar comigo e dizer não requereu uma auto-determinação que eu nem sabia que tinha, mas eu não podia mais ficar com alguém que me fazia tão mal. Nossa relação era tóxica e não havia amor nem confiança por parte dele, então por qual motivo deveríamos ficar juntos?

Por mais que eu o amasse, era difícil - se não impossível - estar com um cara que não tinha certeza sobre os seus sentimentos. Tudo era mais complicado quando se tratava do Luke, e naquele momento eu enxergava mais os "contras" do nosso relacionamento do que os "prós".

Eu estava cansada de amar demais, de amar por dois. Também me doía ser a única que chorava e sofria com tudo que nos acontecia, enquanto ele desfilava por ai com seu inseparável sorriso irônico no rosto. Queria ser como ele às vezes: forte, implacável, resiliente. Mas eu não era, e havia atingido o meu ápice.

LUKE

Alguns dias depois de tudo que havia acontecido, eu ainda não tinha parado de sofrer, mas havia aprendido a lidar com a dor. Aliás, essa sempre foi uma das minhas habilidades: abraçar a dor e conviver com ela em perfeita harmonia.

Metade do tempo eu passava procurando formas de fazer a Annie voltar pra mim, e a outra metade eu passava amaldiçoando-a por ter entrado na minha vida.

Nos primeiros momentos eu não comia, não dormia, não treinava, não ia para as aulas, não vivia. Por mais dramático que parecesse, eu sentia como se tivesse sido arrancado uma parte minha, uma parte que eu não conseguiria viver sem. E o problema é que essa parte, chamada Anastasia, era a parte mais bonita de tudo que eu era.

 E o problema é que essa parte, chamada Anastasia, era a parte mais bonita de tudo que eu era

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