CAPÍTULO 83

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LUKE

Era sábado de manhã e as enfermeiras haviam acabado de levar o meu café da manhã. Na bandeja no meu colo havia torradas, geléia, ovos mexidos e café.

Nada mal pra uma comida de hospital.

O Chris havia passado a noite comigo no hospital, como meu acompanhante, pra que minha mãe pudesse finalmente ter uma boa noite de sono pela primeira vez em mais de uma semana. Havia sido difícil convence-la, mas eu não estava mais me sentindo confortável com ela dormindo todas as noites mal acomodada no pequeno sofá ao lado da minha cama.

Além disso, o Chris conseguia ser bem convincente quando queria - simplesmente apareceu no hospital carregando uma mochila com uma muda de roupa e não aceitou ouvir um não como resposta dela.

Eu estava me sentindo bem e disposto, apesar de entediado. Já havia alguns dias que eu estava em observação e os médicos não me davam qualquer previsão de alta. Pelo contrário: a cada dia que se passava inventavam mais e mais exames de imagem e laboratoriais para serem feitos.

Eu não aguentava mais. Queria ir pra casa.

- Você vai comer isso aí? - o Chris questionou, apontando pra uma das minhas torradas -

Ele havia acabado de tomar um copo enorme da máquina de café e comido duas bananas e duas barras de proteína, mas, aparentemente, o estômago dele possuía um buraco.

- Pelo menos minha mãe não rouba minha comida quando fica aqui comigo. - brinquei, passando-lhe a torrada -

Nós dois rimos juntos e vimos minha mãe entrar no quarto logo em seguida.

- Do que vocês estão rindo? - ela indagou, curiosa -

- Oi, Liz. - o Chris a cumprimentou com um beijo na bochecha -

- Oi, mãe. - eu sorri, feliz por vê-la -

- Como passou a noite? - perguntou -

- Bem. - respondi com sinceridade - O Chris balbuciou o nome da Sarah algumas vezes durante o sono e roncou feito um trator. Mas dormi feito pedra depois de ter jogado um dos meus travesseiros nele.

Ambos sorriram quando o Dr. Carson, meu neuro-cirurgião, entrou no quarto.

- Bom dia. - ele falou num tom levemente animado, depois de higienizar as mãos -

- Bom dia, Doutor. - respondi me acomodando melhor na cama e colocando a bandeja do café da manhã em cima da mesinha de cabeceira - Me dê uma boa notícia e diga que posso sair desse hospital hoje, por favor. - pedi -

Ele sorriu.

- Sim, eu vou te dar alta hoje. - respondeu, arrancando uma pequena comemoração de nós três - Mas preciso falar com você sobre algo importante antes.

- O que pode ser mais importante do que a minha alta? - questionei - Finalmente vou pra casa! Quando vou poder tirar a tala do ombro? Já me sinto melhor.

O Dr. Carson soltou um sorriso tímido, meio constrangido, enquanto folheava alguns exames que eu havia feito dentro do meu prontuário médico.

Proibida Pra MimWhere stories live. Discover now