Proibida Pra Mim

CAPÍTULO 58

LUKE

- Com licença. - ouvi uma voz masculina falar -

Eu havia acabado de treinar com o Tony e estava terminando uma série de flexões no chão, quando levantei a cabeça e olhei para a porta de entrada da academia.

Naquela direção, vi a imagem do Andrew completamente destruído se materializando. O cara tinha uma cicatriz no supercílio, um olho roxo e muito provavelmente um nariz quebrado. Sua mão estava enfaixada e ele parecia constrangido por estar ali.

Eu não sabia o que esperar da visita dele, mas me levantei, fazendo um sinal para o Tony e informando-o que eu iria até ele.

- Está perdido? - questionei quando cheguei até ele, tirando as bandagens que estavam amarradas em minhas mãos -

- Na realidade, não. - ele respondeu - Estava procurando por você.

- Por mim? - eu ri, sem humor - E o que exatamente eu, um Reed, posso estar fazendo por alguém da honorável família Thompson?

- Quero treinar com você. - ele respondeu, ignorando o meu deboche -

Eu estava suado e completamente exausto por conta do treinamento intensivo do Tony, mas nem de longe eu parecia tão acabado quanto ele. Ele tinha levado uma surra das grandes.

- Eu tenho uma lista enorme de motivos pelos quais eu não deveria treinar você. - informei, dando as costas para ele -

- Ei, Luke! - ele me chamou, andando em passos largos atrás de mim para conseguir me alcançar -

- Em primeiro lugar, nunca fui tão humilhado na vida quanto no dia em que coloquei os pés em sua maldita casa. - me virei pra ele, falando rispidamente - Você e o seu pai fizeram um ótimo trabalho em conjunto.

- Me desculpe por aquilo, cara. - ele pediu - Eu fui um completo babaca e já me desculpei com a Annie.

- Além disso, existem mil outras academias de luta como esta na cidade. - falei, enumerando os meus motivos -

- E mesmo assim eu escolhi essa aqui. - ele respondeu, num tom de voz que sugeria trégua - Acho que isso quer dizer alguma coisa, não?

Eu fiz uma pausa, ficando alguns segundos em silêncio, fitando-o.

- Pessoas que vem aqui pelos motivos errados não duram muito. - falei, apontando para os seus ferimentos -

- Vingança é um motivo errado? - ele questionou, e eu o olhei com atenção -

- Honestamente, Andrew, não dou a mínima para saber  o que te aconteceu, mas pelo estrago que esse cara te causou, acho difícil você conseguir se vingar dele. - avisei -

- Ben Sprouse. - ele falou - Ele era o meu melhor amigo e é lutador de MMA.

- Eu conheço o cara. - informei - Ele tem pelo menos dez quilos a mais que você.

- Eu descobri que ele e a Katherine estavam transando. - ele falou, com tristeza na voz - E ainda levei uma surra dele. Eu sei que não mereço sua ajuda, cara. Mas eu preciso.

Eu o olhei, sentindo algo que raramente sentia por outro ser humano: empatia e compaixão. Ele tinha sido um completo filho da puta comigo no passado, mas eu podia perceber nos seus olhos o quanto aquela situação lhe machucava.