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Capítulo Dois

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Capítulo Dois.

"...Papai faleceu uma semana atrás. O advogado dele esteve em nossa casa apenas dois dias após sua morte. As notícias são más..."

Trecho da carta de Georgiana escrita à Sir Robert Trent, uma semana após a morte
do barão.

Georgiana fizera um penteado em seu cabelo, estava preso em um coque arrumado, com dois cachos soltos em sua fronte. Seu rosto estava limpo, nenhuma maquiagem, nada para ressaltar os lábios, nada na pele. As olheiras haviam suavizado, e as bochechas adquiriram um tom avermelhado depois que ela dera suaves tapinhas em ambas as faces.

Usava um vestido azul escuro, discreto e simples. Estava apresentável, mas não conhecia a natureza do conde, então preferiu não exagerar em nada para não passar uma ideia errada. Queria o emprego, e, Deus livre que ele fosse um libertino, se por acaso ele fosse e ela aparecesse em sua residência vestida de forma um pouco mais exuberante ele poderia pensar mal dela. Não queria isso.

Sua beleza era simples. Suas feições delicadas, e traços suaves. O cabelo era louro escuro, a mesma tonalidade do cabelo do falecido pai e do irmão mais novo. Seus olhos eram de um azul acinzentado, como gelo. E havia um brilho inocente crepitando por trás deles, relembrando-a de que mesmo depois da morte repentina do pai tê-la forçado a enfrentar o mundo, ela ainda era ela mesma. Georgiana.

Verificou Michael em seu quarto antes de sair, e ao ver que ele estava bem acordado chamou-o para se despedir com um beijo na testa.

— Está indo até a vila, Georgie? — perguntou o menino, docemente.

Georgiana se abaixou, para estar ao nível de altura dele, e acariciou sua bochecha gordinha com o polegar. Ela sabia que, se ela estivesse indo à vila ele quereria acompanhá-la para encontrar seus amigos.

Sorriu para ele.

— Não, meu irmão. Estou indo para além da vila, para me candidatar a uma vaga de emprego.

O menino piscou, analisando as feições da irmã, e se aproximando para segurar as mãos dela entre suas mãozinhas pequenas.

— Papai não gostaria que você trabalhasse.

Realmente, se estivesse vivo Sir Jacob jamais permitiria que sua filha trabalhasse, ainda mais para um homem que não conhece.

— Eu sei, Michael. Mas é necessário.

Não diria a ele que estava indo até a casa do conde, procurar um emprego, principalmente por causa do irmão. Ele era muito novo, mas muito inteligente, e certamente diria a ela que não precisava fazer isso por ele.

— Seja bonzinho enquanto eu estiver fora, certo?

Ele assentiu e a abraçou, forte, e disse ao ouvido dela que tivesse cuidado. Georgiana não poderia amá-lo mais.

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