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Capítulo Onze.

"... Escrevo esta missiva pois gostaria que a senhorita fosse a primeira pessoa a saber que comprei uma nova propriedade. Estou de mudança. Por você.
Sempre seu, Robert."

Trecho da carta de Sir Robert Trent à Georgiana

Georgiana não conseguiu dormir naquela madrugada, queria ter tido ao menos algumas horas de sono antes que o sol aparecesse e a obrigasse a sair para o dia e para longe da memória do que aquela noite fora, contudo não fora capaz.

O sono era apenas uma vaga névoa no fundo de sua mente enquanto ela estava deitada na cama do quarto de hóspedes da mansão, de volta em sua roupa de dormir emprestada e debaixo dos suaves cobertores.

Os seus olhos simplesmente se recusavam a se fechar e quando ela forçava as pálpebras um contra a outra, em vez de uma escuridão e calma imersiva do sono as únicas coisas que ela conseguia vislumbrar eram as imagens e formas de seu corpo sendo tomado de maneira sublime pelo homem no quarto que ficava no fim do corredor seguinte.

Ela estava entorpecida por aquela imagens, sua pele quente e sua boca necessitada de umidade. Estava plenamente ciente do que aquela sorrateira escapada na madrugada acarretaria, não seria mais a mesma depois daquilo. Já se sentia diferente. O que acontecera, o beijo, os toques tão íntimos que compartilhara com o conde, os sorrisos que trocaram, o calor, o fogo revivido, ela queria mais. E no fundo de sua mente ela sabia que não deveria querer tanto voltar para o quarto de Harry e se entregar completamente à ele, não deveria sentir o que sentia, deveria sentir-se envergonhada por ter sentido tanto prazer ao ser tocada, mas em vez disso estava desejando que ele a tomasse internamente.

Não se arrependia por ter perdido mais uma fração de sua virtude, por ter ido até ele, por tê-lo visto nu e desejado tocar cada parte daquele corpo perfeito e então se deixar ser tocada, mas não se arrependia. Talvez as pessoas fossem falar, e isso a preocuparia depois, mas sabia que enquanto estivesse ali com Harry ele a protegeria de todo e qualquer rumor. Sua consciência estava limpa. Georgiana foi até ele, ela teve o que queria.

E ela não se arrependeu quando se deitou naquela cama, seguindo todas as instruções que lhe foram dadas apenas algum tempo antes, sussurradas em seu ouvido como um segredo indecente derramado para fora dos lábios daquele homem, soprando em sua pele, descobriu o prazer sozinha ao deslizar os dedos suavemente para seu centro, e só depois de sentir os tremores recém descobertos atravessando seu corpo ela conseguiu dormir por algumas horas até o céu ser banhado por raios de luz amarelas e cor de rosa.