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Capítulo Dezessete

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Capítulo Dezessete.

Georgiana se prostrou na mesa do escritório de seu falecido pai, para analisar as contas. O dinheiro que recebera pelo trabalho como governanta na casa do conde Styles fora enviado para o chalé dois dias antes, e, percebeu ela, havia uma quantia muito maior do que a que ela deveria ter recebido.

Havia também um breve bilhete dentro do envelope, na caligrafia de Harry, dizendo que o dinheiro extra era uma bonificação por seu exímio trabalho em colocar a casa em ordem. A moça chegou a cogitar devolver aquele dinheiro, mas tendo em vista sua atual situação não poderia se dar ao luxo de ser orgulhosa, aceitou o dinheiro e escrevera uma resposta cordial em agradecimento. Era tudo que poderia fazer.

Normalmente ela iria pessoalmente agradecer, mas levando em conta os últimos acontecimentos achou que o melhor a se fazer era manter distância daquela propriedade. Do dono daquela propriedade, mais precisamente.

Durante os últimos dias as palavras dele estiveram rodopiando em sua mente. Sabia, com toda a certeza do mundo, que ele estava determinado a impedir que ela se casasse com Robert. Por isso, para evitar mais falatórios e um escândalo eminente, ela resolveu aceitar prontamente o convite que a mãe de Sir Robert lhe fizera.

Ela sabia que sua posição como filha de um barão não muito influente não lhe daria privilégios para ser convidada a um fim de semana na casa dos Trent, então a única razão para ter recebido um convite para aquele evento era, obviamente, estar virtualmente comprometida com o herdeiro do marquesado.

Georgiana podia admitir para si mesma que não estava avidamente animada para tal evento, sua atividade social era escassa e raramente era convidada para este tipo de festa, mas sabia, através das fofocas nos vilarejos que geralmente essas comemorações campestres acabavam em noivados muito inesperados e escândalos. Ela podia imaginar o porquê, as pessoas quando estão longe da capital e as regras rígidas da sociedade londrina tendem a ficar um pouco mais suscetíveis a cometer profanações. Na última temporada, ouvira falar de uma moça que se casou as pressas por ter sido flagrada com um homem em situação deveras comprometedora em um jardim.

Ela só podia rezar para que seu nome não estivesse na boca dos aristocratas, que provavelmente haviam de ter ouvido rumores dos empregados. Harry havia lhe garantido que controlaria seus criados, e para todos os efeitos sua moral e reputação estavam intactas.

Embora ela soubesse que não, não era bem assim. Havia estado, mais de uma vez, em situações pra lá de comprometedoras com aquele homem, aquele maldito demônio perfeito. Havia bisbilhotado, tocado, beijado e entregado seu corpo a ele quando deveria ter feito apenas com seu futuro marido.

Robert. Pensava nele, ocasionalmente. Não tanto quanto deveria pensar, sendo ele seu noivo. A verdade é que evitava ao máximo pensar em tudo. No que aconteceria na festa naquele final de semana, certamente seu noivado com o futuro marquês seria oficialmente anunciado e o casamento não demoraria, sabia que já haviam esperado tempo demais para que acontecesse.

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