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Capítulo Treze

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Capítulo Treze.

Querida Senhorita Culbert,

Estive ansioso esperando sua carta, a maioria das pessoas acharia inadequado que eu me expressasse tão literalmente dizendo que anseei  por sua resposta. Certamente a maioria dos homens não falaria sobre isso tão abertamente, mas a senhorita me põe à vontade para dizer que anseio por suas cartas. E comumente escrevo uma resposta logo após ler os seus relatos e seus pensamentos que me manda.

Dizer que dou um sorriso quando vejo seu nome no papel também seria inadequado? Meu pai me chamaria de bobo se soubesse que o faço, sim, sorrio sempre que checo a correspondência e vejo seu nome nas letras delicadamente curvadas de sua caligrafia. Embora eu não permita que ele me veja enquanto as leio, ou sequer quando as abro, quando falamos da senhorita eu percebo que ele nota.

Um homem muito observador, o meu pai. Sir Devon apenas observa as conversas minuciosas que mamãe desencadeia no jantar. Ela está sempre comentando algo sobre você, sobre como seu pai era um bom homem, sobre sua mãe e sobre seu pequeno irmão. Mas principalmente sobre você. Ela me pergunta, penso até que adivinha quando recebo uma de suas cartas, ou mesmo me espiona enquanto escrevo as respostas, acho que ela se diverte imaginando que está criando algum tipo de romance proibido.

Tento preservá-la o melhor que posso, tendo uma mãe tão enxerida como a minha eu me preservo também. Evitar responder a todas as perguntas invasivas dela é um pouco difícil, e sempre acabo deixando algo escapar. Coisas sutis e que me comprometem, como um cavalheiro eu não deveria dizer certas coisas à minha mãe, ela é intrusiva demais, e a estou alertando para quando a conhecer. A senhorita sabe, os elogios sutis que faço a senhorita, mas deveria guardar para mim mesmo, apenas por não querer ter que entrar em uma conversa constrangedora com meu pai sobre meus sentimentos.

No entanto, como já disse, eu tenho plena consciência de que ele me conhece bem o suficiente para saber me ler e decifrar as entrelinhas do que digo.

Eu não tenho certeza se deveria tocar em tal assunto com a senhorita, não agora, nao gostaria de assustá-la e fazê-la pensar que estou sendo precipitado em revelhar-lhe tal coisa, uma dama tão distinta e de família tão tradicional, contudo me sentiria em falta com você por deixá-la sem uma resposta para a pergunta que me fez em sua última missiva.

Estou deixando minha palavras claras como água, Georgiana, se é que me permite tal intimidade de chamá-la pelo primeiro nome. Digo-lhe, respondendo à pergunta que me fizera em sua última carta, nunca estive apaixonado. Houveram mulheres sim, respondendo a sua outra pergunta, estive na faculdade e vivi como um típico jovem inglês  durante aqueles anos, perdoe-me a indiscrição de dizer-lhe sem qualquer pudor, mas como disse, sinto-me no dever de ser sincero e espero que não se sensibilize, ou se escandalize com minhas palavras, mas houveram mulheres em minha vida com as quais compartilhei algumas noites.

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