006

3.6K 331 421
                                    

Capítulo Seis

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Capítulo Seis.

Não poderia dizer que as semanas que se seguiram àquele incidente no closet do conde foram tranquilas. Não havia forma de pensar que o que sentia a cada vez que encontrava o patrão pela casa era normal. O modo como o corpo dela reagia quando ele estava perto, se lembrando de cada toque dele gravado em sua memória, era perto de pecaminoso.

Georgiana sabia que não era certo se sentir daquela forma, era uma moça solteira e gostaria de conservar sua virtude. Gostaria de não sentir os dedos dele passeando por suas coxas, quase alcançando o meio delas, em seus sonhos. Gostaria de não sentir calor e as palavras entaladas na garganta sempre que ele a olhava. Queria não sonhar com aqueles lábios cheios e avermelhados tomando seu pescoço e escorregando por sua clavícula. Mas era algo que ela não conseguia evitar, quando menos esperava o pensamento estava lá, latente em sua mente traidora.

O conde vinha agindo de forma bastante decente com ela, e muito profissional, e, embora ela nunca fosse admitir isso em voz alta, ela sentia falta de seu atrevimento; de seu olhar furtivo e seu sorriso lascivo, de suas insinuações, sentia falta da atenção que recebia dele, pois de certo modo lhe fazia lembrar de quando tudo era simples e bonito para ambos. A fazia lembrar da juventude e dos verões passados entre amigos. Dos sorrisos tímidos e bilhetes trocados em segredo. Ela ainda os guardava.

Se sentia um pouco tola por ainda tê-los, afinal era uma lembrança dolorosa de algo que ela nunca pôde ter completamente. Nunca pôde viver amplamente todos os sentimentos escritos naqueles bilhetes. E agora era difícil acreditar que um dia poderia.

Já o conde pensava o contrário, ainda tinha esperanças que ela se rendesse a ele. Estava sendo cuidadoso agora, indo aos poucos e a tratando o mais respeitosamente possível, não queria correr o risco de cruzar a linha de limites dela de novo e afastá-la de uma vez por todas. Embora fosse uma tarefa difícil manter as garras longe dela, ele estava se saindo muito bem.

E parecia surtir efeito. Vez ou outra ele a flagrava franzindo as sobrancelhas quando ele passava por ela dando apenas um aceno, ou ao lhe dar algumas ordens com certo tom de frieza e até um pouco de indiferença. Sabia que ela provavelmente estava se questionando sobre o porquê de tais atitudes. Iria pensar que ele estava tramando algo, o que era verdade, e ficaria intrigada ao não conseguir descobrir o que era.

Hoje, particularmente, o conde acordara excepcionalmente de bom humor. Vestira-se como um aristocrata, da maneira que um homem tão rico e membro da nobreza deveria se vestir, estava de cabelos arrumados e botas brilhando. Tomou café da manhã e sorriu para todos os empregados que encontrou, inclusive Georgiana, que ficou se perguntando o porquê de tamanha animação, e nem desconfiava que o motivo era que ele a havia flagrado o observando na tarde anterior, enquanto ele trabalhava no estábulo, com as roupas um tanto quanto fora do padrão.

Ficara feliz por ver que ela o estava espionando, e ficara ainda mais feliz, poderia dizer quase que radiante, quando percebeu que ela fugira feito um animalzinho indefeso quando ele tirou a camisa de trabalho. Obviamente se despir de sua roupa para deixá-la desconcertada foi de propósito, sabia que ela estava ali, a espreita. E sorriu vitorioso ao imaginar que ela provavelmente estaria com as faces coradas depois daquilo.

burning • COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora