003

3.8K 381 364
                                    

Capítulo Três

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Capítulo Três.

"...Fiquei extremamente perturbado e preocupado após receber sua carta, senhorita. Mande-me uma missiva como resposta, ou simplesmente um bilhete. Apenas uma palavra sua e estarei aí."

Trecho da carta de Sir Robert Trent à Georgiana, duas semanas depois da morte do barão.

— Michael? — Georgiana chamou o nome do irmão enquanto subia as escadas em direção ao quarto do pequeno barão.

Sabia que ele estava no quarto, certamente lendo algo. Ou talvez estivesse brincando. O garoto costumava ficar sozinho em seu quarto por bastante tempo, muitas vezes apenas brincando sozinho, desenhando ou lendo algum livro. Desde muito jovem fora influenciado pela irmã mais velha a gostar de leitura, todas as noites ela lhe contava uma história, liam juntos um capítulo de um livro de aventuras que a mãe lhe dera quando ela ainda era muito pequena.

Michael sempre fora obcecado por aquele livro.

Na verdade, era mais fascinado pela ideia, pela memória que aquele velho livro com páginas gastas lhe transmitia. Resplandecia a lembrança de sua mãe, Patricia. E, tendo crescido sem a presença dela, ele buscou inconscientemente se apegar a cada coisa que o ligasse a ela. Patty morrera no parto, quando Michael nascera, sete anos antes, e a única imagem materna que tivera em toda a sua vida proveu de sua irmã mais velha, que tinha apenas quinze anos quando a mãe faleceu.

Já Georgiana cresceu tendo sua preceptora como imagem feminina, lhe guiando e lhe ensinando como uma dama deveria se portar. Não era sua mãe, mas era uma mulher muito amável e que a transformou na mulher que é hoje, que sabia lidar com adversidades, que tomava conta da família e os colocava acima de tudo, protegia seu irmão e faria qualquer coisa que estivesse a seu alcance para garantir que ele tivesse o que precisasse. Genevieve fora uma das únicas empregadas que Georgiana manteve trabalhando na casa Culbert, nutria muito afeto por ela para simplesmente dispensá-la, e, além disso, a mulher havia se tornado preceptora de seu irmão, e ele por sua vez se apegou muito a ela, tornando a separação dolorosa demais.

O pobre garoto já havia crescido sem a presença da mãe, o pai tinha morrido a pouco tempo, Georgiana não seria capaz de tirar mais alguém da vida dele. A cota de sofrimento já havia esgotado, não podia fazê-lo passar por mais uma perda.

Ela entreabriu um pouco a porta do quarto dele, e o viu sentado no chão, brincando com um cavalo de madeira.

Quando ele a viu, abriu um grande sorriso e depois de levantar-se correu em direção à ela. Ela gostaria de pegá-lo no colo, exatamente como fazia quando ele era um bebê, mas já era muito grande para sua infelicidade. Se abaixou, e o recebeu nos braços.

burning • COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora