004

3.7K 373 637
                                    

Capítulo Quatro

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Capítulo Quatro.

"... Suponho que seria inapropriado recebê-lo em minha casa, dadas as circunstâncias. De qualquer forma, agradeço que tenha se oferecido para vir em meu auxílio."

Trecho da carta de Georgiana escrita à Sir Robert Trent, duas semanas e meia
após a morte
do barão.

n/a: comentem muito pra deixar a tia feliz :)

Linda.

Ele realmente havia usado o adjetivo linda para se referir a ela. E ainda tinha a chamado pelo apelido.

Georgiana sentiu o ar faltar nos pulmões ao sair do escritório do conde. Georgie. Mal se recordava qual fora a última vez que ouvira aquele nome saindo da boca dele. A voz era mais suave do que agora, mas os efeitos que o som melódico causava nela tinham se ampliado.

Ouvir o som rouco derramando daqueles lábios a fazia arrepiar. Sentia que sua temperatura havia subido, no entanto não era mais febre, era pior do que uma febre. Era algo que a moça não podia controlar, e que se arrastava por baixo de suas vestes deixando sua pele sensível e sua mente torpe.

Ela mal notou seus pés se movendo escada a baixo, e então saiu pelas portas francesas para enfim encontrar algum ar fresco que acalmasse seus ânimos. Pensara que nunca sentiria algo parecido outra vez. Pensara que nunca veria Harry outra vez. Pensara que aquela brasa que existia nela, crepitando em seu interior a cada vez que olhava naqueles olhos nunca mais se transformaria em chama ardente outra vez, e não se preocupou. Até o momento em que o destino pareceu zombar dela. E agora ele estava ali, e ela trabalhava para ele.

Maldição.

Georgiana já não era uma moça tão inocente e ingênua, as criadas que costumavam trabalhar em sua casa eram demasiado atrevidas, e não poupavam palavras para descrever suas indiscrições, também não se envergonhavam de dizê-las em frente a filha do barão. E apesar de Georgiana não estar completamente bem com isso, e ter suas bochechas sempre vermelhas ao ouvir determinadas conversas lidinosas, ela estava feliz por não ser totalmente ignorante e saber o que era isso. Essa sensação.

Desejava-o. O pior era que não negava isso para si mesma. Sabia que o queria. Isso a assustava imensamente.

Tentou regular a respiração, e arrumou o tecido de seu vestido, mesmo que ele não estivesse desalinhado ou amarrotado. Levou o dorso da mão até as têmporas, certificando-se da temperatura do próprio corpo, que parecia ter se estabilizado, diferente de sua mente, que ainda corria a toda velocidade. Virou-se para voltar para dentro da grande casa e continuar seu trabalho, e, novamente, teve a sensação de calor subindo pelas pernas quando ergueu os olhos apenas um pouco, sendo capaz de ver a silhueta de seu patrão na janela. Os braços cruzados imponentemente, e o queixo levemente erguido enquanto um sorriso se esgueirava nos lábios dele.

burning • COMPLETOWhere stories live. Discover now