capítulo 2| Ataque

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Lorenzo e o capitão saem da Câmara Municipal e entram dentro da charrete para irem à fazenda.
Por curiosidade, Lorenzo Martin, com medo, pergunta para o capitão:

— Vosmecê já sabe quem matou Custódio??

— Sim, foi vosmecê. Eu vi o exato momento em que você enterrou o corpo dele na sacada. Eu estava passando na rua naquele momento. — diz o capitão tentando se passar pelo plebeu que lhe informou tudo.

Lorenzo fica tenso na hora, não sabe o que fazer, mas ele estende os braços e diz:

— Pode me prender!

— Não é necessário, está só entre nós. — exclama o capitão.

O trecho da estrada que eles estão passando é perigoso, pois é onde os povos indígenas, mesmo sendo muito preservados, costumam atacar para manterem a segurança das aldeias.

Uma flecha, que vem de cima de uma das copas das árvores, atinge o soldado que está controlando a charrete. O cavalo fica assustado, não quer continuar de jeito nenhum.
Lorenzo e o capitão sacam a arma ao mesmo tempo. O pajé Raoni diz que não precisa de armas para se entenderem e pede para que eles as abaixem.

— O que vosmecês querem?! — diz o capitão.

— Queremos liberdade e meu povo está ficando doente. — diz o pajé da tribo.

— Eu não vou conseguir resolver esse caso. Tenho que cumprir as leis que me passam. — diz o capitão com um olhar triste, sem poder fazer nada.

O pajé Raoni começa a falar em  tupi e a única coisa que o capitão entende é que terá protesto na praça municipal.

Depois de toda essa turbulência, Lorenzo Martin e o capitão continuam a ida até a fazenda. O capitão Fernandes explica tudo sobre Santa Marta, fala sobre os engenhos vizinhos e como eles são. Também fala para que Lorenzo Martin tome cuidado com o sr. Alejandro, pois ele é muito traiçoeiro e gosta de invadir as propriedades.

Só foi o capitão Fernandes falar dele, que o Sr. Alejandro, com aquele jeito dele de malandro, vem vindo do lado na estrada. Quando ele chega perto, o capitão diz:

— Bom dia! Sr.Alejandro.— diz o  capitão

— Igualmente, a você também.

— Como está a antiga fazenda de Custódio? — diz o capitão.

— Os ciganos estão atacando as pessoas! E, toma cuidado que eles estão atacando as pessoas que passam na entrada norte da propriedade.

Lorenzo está com tanta pressa, que não dá nem tempo dele se apresentar para o sr. Alejandro. Por ter um novo vizinho, a cara de Alejandro não está boa. 
A charrete está próxima da propriedade de Lorenzo. Os ciganos a ouvem se aproximar da fazenda, mas, para eles, não era nada demais. Quando a charrete  chega no portão e eles vêem que é o exército Imperial, começam a correr, pois são fugitivos do exército. Eles deixam quase a metade das coisas para trás.
Para dar tempo do povo cigano fugir da propriedade, Ruan, o líder, se deixa ser pego pelo exército imperial.
O capitão amarra uma corda no pescoço do prisioneiro e vai puxando-o com o cavalo. Debaixo daquele sol quente e sem água, na metade do caminho, Ruan não aguenta e desmaia. O capitão nem se preocupa e continua a arrastá-lo pelo chão até a prisão.

Quando chegam, dois soldados pegam Ruan pelo ombro para o levar até a cela. O rosto dele está em carne viva e seus pés estão com bolhas de água com sangue.

Acampamento cigano.

Os ciganos montam o acampamento no meio da floresta.
Soraya, a mulher de Ruan, está preocupada e quer ir até a prisão, mas os ciganos não querem deixar de jeito nenhum.
O filho mais velho de Ruan está arrumando um plano para tirar seu pai de dentro da prisão.

Fazenda de Lorenzo…

Lorenzo batiza a fazenda com o nome de " Fazenda Alto Alegre".

Os pertences de Lorenzo Martin começam a chegar na fazenda. Ele paga alguns plebeus para limparem a Fazenda.
Enquanto eles limpam, Lorenzo pega sua cartola e o bastão, e vai até a cidade para ver se consegue achar imigrantes para trabalharem nas plantações.
Quando chega na cidade, ele não consegue achar imigrantes. A única opção são negros vindos da África. Lorenzo Martin não acha certo escravizar uma pessoa só por causa de sua cor ou aparência.
Lorenzo Martin fica chocado com o modo que os comerciantes tratam os negros, os vendendo como se fossem uma mercadoria.

— Hora, hora! Vejo que o senhor deve estar interessado. — diz um dos comerciantes

— Sim, quero aquela grávida, aqueles três rapazes e aquele senhor. —  Lorenzo exclama dando três sacos de moedas de ouro.

Lorenzo leva os negros escravizados para a fazenda. Quando chega, ele leva todos para a cozinha e diz :

— A cozinha está disponível para vosmecês, podem usar.

— Sim, senhor.

— Não quero que me chamem de senhor. A partir de hoje, são meus amigos e tudo que vosmecês fizerem na fazenda, vosmecês receberão em forma de dinheiro.

Dia seguinte/16 de julho 1800.

A vida é um jogo de Xadrez. [ Em Revisão]Where stories live. Discover now