capítulo 3| A viajem para Espanha

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Lorenzo Martin precisa de uma mulher para ajudar na administração da fazenda e cumprir seus deveres, como administrar a casa e apoiar o marido. Ele terá que se ausentar para ir em busca de uma esposa e deixará o capitão como "cuidador" dos escravos. Como Lorenzo Martin já tinha avisado ao capitão que ia ter escravos preparando o solo para o plantio de cana de açúcar, o capitão chega logo cedo na Fazenda. Os escravos, quando o vêem, ficam com medo por causa das tantas torturas que sofreram em alto mar até chegarem ali.

Lorenzo pega sua cartola e o bastão, e sai em destino ao porto. Quando chega, o navio em que ele ia já havia partido. Como está ansioso, pega um caravela comercial mesmo.

Flor está no porto e vê Lorenzo embarcar. Aos poucos, a caravela vai zarpando do porto de Santa Marta e as lágrimas escorrem dos olhos de Flor.

Lorenzo, no seu quarto, senta na beira da cama e começa a escrever as seguintes palavras:

"E lá meu vou, mais uma vez, voltando para a Espanha, a terra de onde eu vim. E agora, eu volto em busca de uma mulher. Só o Futuro sabe sobre ela."

4 de dezembro de 1800.
Em algum lugar do Atlântico.

Lorenzo Martin pega um copo de rum e vai até a proa da caravela para ver aquele pôr do sol espetacular. As ondas batem no casco, fazendo com que a caravela se mexa de um lado para o outro.

- Que pôr do sol maravilhoso! - exclama um dos marujos, jogando o corpo morto de um dos membros da tripulação na água.

- Sim. Esse homem morreu de quê? - diz Lorenzo curioso.

- Escorbuto. - diz o marujo pigarreando.

- Me leva até o porão da caravela. - diz Lorenzo.

- Eu não tenho permissão para te levar.

- Já avisei ao capitão Leopoldo. - exclama Lorenzo.

O marujo vai até o porão da caravela com Lorenzo. Quando ele abre a porta, os ratos e baratas começam a sair.

- O motivo daquele pobre homem ter morrido é esse. - exclama Lorenzo dando um passo para trás ao ver aqueles bichos.

- Infelizmente, a nossa situação é precária, dormimos no meio dos bichos também. - diz aquele marujo.

Como não está com uma lamparina e não há alguma por perto, Lorenzo vai entrando aos poucos. Um pano, que cobre a janela, deixa um pequeno facho de luz entrar.

Em um dos degraus da escada, Lorenzo Martin cai, porque a madeira está podre. Lorenzo se levanta todo sujo de fezes e urinas humanas, que estão espalhados sobre o chão.

A vida é um jogo de Xadrez. [ Em Revisão]Where stories live. Discover now