Capítulo 7|Novo juiz?

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Aldeia indígena.

— Senhor Jesus Cristo, perdoe esse povo, eles não sabem o que fazem. — murmura o padre, vendo todos aqueles indígenas nus.

— Por isso que trouxemos você, para catequizar eles. — diz o bandeirante André.

— Será que eles não sentem vergonha não? — exclama o padre, passando a mão no queixo.

— Eles são muito inocentes. — responde o bandeirante André.

— Faça-me um favor, arrume para mim, um pedaço de cipó e dois galhos de árvore. — diz o padre.

O bandeirante André está abaixado, tentando quebrar o tronco de uma das árvores em um trecho da mata, que é muito fechada, onde poucas pessoas passam.

Uma sucuri vem se arrastando na direção de André, os minutos dele estão contados.

Quando André vai dar uma machadada no galho, ele se desequilibra e cai sentado no chão. A cobra, no exato momento, se sente ameaçada e dá um bote em André, fazendo com que o veneno entre na corrente sanguínea dele e o deixa tonto.

As pernas de André estão sem forças, mesmo assim, ele continua insistindo, pois havia feito um acordo consigo mesmo de que nunca desistiria. Para ele, a vida é um jogo, e só partiria quando Deus decidisse o levar.

André chega ao local onde estão o padre e os outros soldados.

— Me ajude aqui! Uma sucuri deu um bote em mim! — exclama André.

— Joaquim, vá buscar ele. Vamos voltar à vila de Santa Marta para o levarmos ao doutor Santiago. — exclama o padre assustado.

Joaquim faz o que o padre pede, depois, eles desamarram os cavalos que estão presos à árvore e vão, o mais rápido possível, para Santa Marta.

Antes deles saírem da aldeia, o pajé Raoni grita:

— Se o homem continuar com essas atitudes, o mundo irá desabar sobre a cabeça de todos eles! — grita Raoni.

Santa Marta.

É, por volta das seis horas da tarde, quando o padre e os bandeirantes chegam à vila de Santa Marta. Infelizmente, não tem como fazer mais nada, pois André morreu no meio do caminho.

Muitos já vão se recolhendo e os escravos vão acendendo as tochas, que têm o objetivo de clarear a vila.

As ruas de Santa Marta ficam vazias, só sobram os que são das noites, como senhorzinhos de engenho e plebeus bêbados.

Câmara Municipal.

— Já vou indo para minha casa, fique de olho em tudo aqui. — diz o capitão, colocando a sua mão direita no ombro esquerdo de Bernardo.

— Ok, vá com Deus.

— Ah, e deixa eu te falar, já ia esquecendo. Não deixe esses dois imundos saírem das grades. — exclama o capitão, pegando sua arma de cima da mesa e indo embora.

Dias depois.

A resposta da carta, que o Capitão mandou a Portugal, chega.

O príncipe regente de Portugal escreve:

" Portugal está enfrentando uma guerra, fazendo com que eu não consiga dar atenção a Santa Marta. Mas, pode escolher um senhor de engenho de confiança para virar juiz".

— Essa pessoa, provavelmente, será Lorenzo Martin. — murmura o capitão, passando a mão no queixo.

Casa do Marquês.

Já está na hora de Lorenzo Martin voltar ao Brasil com sua futura mulher.

As malas já estão todas prontas e, na charrete, só falta Lorenzo e Olívia embarcarem.

A vida é um jogo de Xadrez. [ Em Revisão]Where stories live. Discover now