Capítulo Oito

499 40 72
                                    


Sair cedo de casa havia sido um problema. Depois que saiu do banho, encontrou a esposa acordada, e em seguida, ao vê-lo arrumado e sabendo que era sua folga da CCPD, ela perguntou onde ele estava indo, já que chegou tarde na noite anterior e não esperava que saísse, muito menos àquela hora. Explicou que passaria o dia com Mia e a discussão começou com essa simples resposta. Ela havia pego uma folga – sem lhe avisar, vale ressaltar – porque queria conversar. O fato é que ele sabia que deveriam conversar e estava preparado para isso, mas não naquele momento. Ele havia feito uma promessa, tanto a Felicity quanto a Mia e ele nunca deixava de cumprir uma promessa feita independente da pessoa, mas isso não foi o bastante para fazer com que sua esposa compreendesse. Ela ficou furiosa. E mais uma vez discutiram sobre ele ter mais tempo para Mia do que para a própria esposa. Era sempre a mesma conversa e ele já estava cansado de ouvir a mesma coisa toda vez que discutiam. Não querendo piorar a situação, Barry respirou fundo e encontrou, com muita dificuldade – o que era raro de acontecer – a calma interior, para não ter que esbravejar com Iris West-Allen. Prometeu que chegaria mais cedo em casa, que ele prepararia o jantar e que teriam uma conversa. Isso, foi o bastante para acalmá-la e deixá-lo sair de casa.

— Tio Barry. – Ouviu o gritinho da afilhada assim que abriu a porta da casa, na qual ainda tinha a chave. Se abaixou para poder pegá-la no colo e devolver o abraço gentil.

— Ei, estrelinha.

— Filho, chegou cedo.

— Eu estava com saudades dessa pequena. – A menina sorriu.

— Agente se divertiu tanto ontem, tio Barry. Eu comi pipoca de montão.

— E me ajudou a fazer o jantar.

— A cozinha ficou uma bagunça, tio Barry. – O jovem riu. – Mas foi divetido.

— É claro que foi. – Lhe fez cócegas, ouvindo a gargalhada gostosa da criança. – Você adora fazer uma bagunça.

— Não é vedade. – Diz em meio a risada, tentando se soltar do padrinho. Barry parou com as cócegas, deixando a respirar, enquanto via o pai sorrir. – Vamos tomar sovete hoje, tio Barry?

— Claro que sim. Hoje o dia é só nosso.

— E a mamãe?

Barry olhou para o pai por um momento, se lembrando da ligação de Caitlin a algumas horas atrás. Felicity não estava bem, precisava de um tempo, e ele prometeu ficar com a menina até que ela já estivesse recuperada. Caitlin havia contado que Felicity dormiu em meio ao choro incessante, se lembrando do marido, sentindo saudades, ainda revoltada com o fato de ele não poder ver o crescimento da filha, por eles não estarem juntos, e que por isso ela não havia acordado a amiga ou mesmo iria trabalhar naquele dia; ela não deixaria a amiga sozinha e o Allen a apoiou.

— Sabe, estrelinha, a mamãe está dodói hoje, então vamos ser só eu e você. – Ele percebeu a carinha triste dela, e a preocupação nos olhos azuis.

— A tia Cait não?

— Dessa vez não. A sua dinda está cuidando da sua mamãe. – A menina assentiu.

— A mamãe vai ficá bem?

— Vai sim. – Sorriu fraco. – Então, que tal um café-da-manhã caprichado? – Mudou de assunto.

— Já está na mesa, filho. E eu fiz tudo que gostam. Parecia que eu estava pressentindo sua vinda para o café-da-manhã. – Diz, sorrindo, apesar de estar preocupado com a mãe da garotinha que via como neta.

Couple Of StarsWhere stories live. Discover now