Filósofos estão no inferno

1 0 0
                                    


Como sempre estava sem nada para fazer e era duas da tarde. Então resolvi ir à loja da minha mãe estava sem cigarro e querendo uma cerveja. A loja de sofá dela era bem pequena gostava de ir lá pra ficar deitado neles, chegando lá, estava à prima da minha mãe que trabalhava lá, gostava dela porque sempre tinha cigarros, mas a única coisa chata era que seus assuntos eram religiosos e sempre queria me convencer a aceitar esse tal de Jesus Cristo. Sempre me perguntava por que eu não acreditava se eu tinha raiva de deus sempre tive vontade de dizer a ela "como vou aceitar ou ter raiva de algo que não existe? só posso aceitar ou ter raiva de algo que existe." Mas sempre evitei falar, vá que ela comece a me negar cigarros. Minha mãe nessa parte evitava falar comigo, sei que ela tinha vergonha de mim, ter como filho quando se tocava nessa parte de religião. Queria agradar muito ela acreditando nesse deus, mas nunca conseguir, ficar me rebaixando para um homem invisível que jamais tem uma frase na bíblia que eu amo é um anjo que fala. Prefiro ser soberano no inferno a ser um escravo no paraíso. Certo que falou isso depois que foi expulso.

Um desses dias que ia pra loja cochilar e pegar dinheiro com a velha aconteceu algo muito louco, chegando lá na loja tinha muita gente, aquilo era raro acontecer, quando entrei todos começaram a me olhar meio torto, não entendi o porquê eu só estava de short, sandálias, camisa preta com o demônio na frente e um colar com dente de javali minha vestimenta de todo dia. Como sempre dei boa tarde a todos e fui entrando pra tomar um café, nem terminei o café minha prima me falou que os evangélicos queriam orar por mim, por mim estava tudo bem isso não ia mudar nada mesmo. Então começaram "oh senhor proteja essa alma" eu acho que era mais ou menos isso, mas aquilo estava me dando uma crise de risos do caralho.

A reza deles acabou e me perguntaram se eu aceitava Jesus Cristo, fui educado e falei não aquilo foi um espanto na loja toda. "Todos ficaram calados e isso me deu mais coragem de falar então soltei o verbo "eu não aceito Jesus, pois não acredito que ele exista" aquilo foi como dar um murro nos peitos da irmã, ela olhou pra mim e perguntou " como não acredita em jesus? Então você acredita em que? "Novamente fui mais educado que estava conseguindo e falei " eu creio na filosofia , creio no meu próprio eu ,que sou o dono do meu próprio destino, nenhuma divindade vai mandar oque eu devo fazer ou não, eu sou meu próprio deus." Foi mais outro soco nos peitos, falaram que com a filosofia eu ia me arrepender, perguntou se conhecia um pintor de terra, falei que sim, ele era meu amigo. Então veio ela novamente com sua ladainha que ele era um homem fiel a deus e tudo, mas depois se entregou a filosofia e foi pra montanha com ela quando voltou de lá tinha largado Deus e vivia pintando quadro na rua pra sobreviver que eu poderia falar pra ele que foi dona Antônia que tinha falado, nessa hora eu só queria sair pra rir, então disse está certo me despedir e sair pra rua rindo e muito feliz.

Depois um tempo encontrei o pintor falei tudo pra ele, conversamos horas sobre isso. Ele é uma das pessoas que fazem me sentir bem nessa cidade tediosa. Mas sempre fiquei pensando se todos os filósofos vão se arrepender então vão para o inferno, então o que aconteceu com Santo Agostinho? Dividiu ele no meio? Essas perguntas jamais iram ser respondidas.

O Mistério Contido Nos VentosWhere stories live. Discover now