O Idiota

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Já tive muitas mulheres na vida, algumas foram passageiras e outras demoraram um pouco mais. Mas todas foram embora certo momento. Eu era muito destrutivo, destruía tudo que era de relação. Sempre vivia mudando de amigos, ninguém gostava de quem eu era realmente. Meu ego era imenso, sempre querendo ser o dono da razão, querendo ser o centro de tudo.

Lembro-me da Beatriz menina simpática almejava ser cineasta, seu único defeito foi se apaixonar por mim. Vivia correndo atrás de mim no colégio e eu não queria nada com ela. Eu! Platão o cara que ia contra tudo que a sociedade acha certo com uma patricinha mimada que ia contra tudo que eu era. Era algo impossível desse relacionamento ter futuro, eu sabia disso, mas aquela garota parece que não enxergava isso. Beatriz vivia tentando fazer que eu a notasse, sempre notava, mas não do jeito que ela queria que eu notasse. Teve uma vez que estava eu e uns amigos bebendo e fumando uns cigarros na praça e do nada ela chegou e me pediu um cigarro. Fui lá e dei o cigarro a ela e virei as costas e voltei a conversar com meu amigo Léo ( acho que era sobre deus) falei pra ele " a religião é necessária pra a sociedade, que sem ela a sociedade ficaria sem ordem" (naquela época não gostava muito de religião e nem da sociedade, mas raramente eu defendia elas em conversas) mas do nada a Beatriz me interrompeu falando " que nada, foda-se a religião e a sociedade"( eu odeio ser interrompido) todos deram uma risada da cara dela. Eu olhei pra cara dela e fui o mais sincero possível "olha garota todos aqui sabem quem é você, primeiro: para de ser oque você não é, está na cara que você não pertence a esse mundo e para de tentar aparecer. Volta pra teu planeta e me deixa em paz." Ela olhou pra minha cara não falou nada, mas suas lagrimas mostrava que eu tinha exagerado com ela, fechou a mão e me deu um soco forte pra caralho na barriga, fiquei sem ar por alguns minutos. Depois ela saiu chorando, foi a ultima vez que via Beatriz viva. Passei um bom tempo sem ver ela pela a escola, estava até feliz que tinha me deixado em paz. Depois percebi que ela não estava indo pra escola mais e minha cabeça começou a pesar (sabia que tinha feito merda). Até que resolvi perguntar as amigas dela por que ela não estava indo, mas ou era ignorado ou levava um tapa e era ignorado. Certo dia chegou atrasado à escola e fui direto pra sala de aula. Quando cheguei lá estavam todos chorando dentro da sala de aula, fiquei até assustado com aquilo e perguntei a Léo quem tinha morrido. Ele me falou que a Beatriz se enforcou com um fio de energia na loja do pai dela. Aquilo me machucou pra caralho, senti uma grande vontade de chorar e um sentimento de ódio de mim mesmo, eu sabia que basicamente eu tinha matado a beatriz.


O Mistério Contido Nos VentosWhere stories live. Discover now