Orgulho de ser nordestino.

1 0 0
                                    


Sou nordestino, disso é uma das coisas que eu tenho mais orgulho. Nasci aqui, mais fui pra São Paulo recém-nascido com oito anos voltei pra cá, daquela cidade nada me faz falta. Já vivi muita coisa fui de boêmio a vaqueiro, fui de Shakespeare a Patativa do Assaré. Nunca conseguir fazer poesia como patativa, pense num cara bom na poesia, era analfabeto de pai, mãe e vizinho, mas não tem poeta no mundo que consiga fazer poesia igual.

Sou frescurento pra comer, essas coisas de peixe cru, ovo de peixe, caramujo. Nada contra quem goste, mas deixa-me com meu cuscuz com charque. Sei que nesse mundo eu só sou um aprendiz, mas vendo aqueles sertanejos que sofrem com o calor, mas nunca cheguei numa casa de um deles pra não ter uma galinhada e rindo sobre sua própria dor.

O meu Nordeste é um país dentro de outro país, temos uma cultura que de pouco a pouco está ficando esquecida pra os jovens, mas quando um doido igual a mim, a cultura do cordel, da toada e até um forro pé de serra nunca irá morrer. Ah como falar do dessa região sem falar do forró, acho que tem mais banda de forró que gente. Infelizmente parece que se esqueceram da raiz, mas sempre a minha vitrola irá ter um vinil de Luiz Gonzaga, o grande rei do baião.

A Minha cidade é muito pequena, é daquelas que todos são primos. Aqui quando conhecemos alguém já vamos perguntando "tu é fi de quem?" Infelizmente aqui ainda vive no coronelismo, manda quem pode obedece quem tem juízo, é a realidade. O que me deixa triste é preconceito com os nordestinos espalhados no mundo, mas esquecem de que maior parte dessas cidades do sul, quem as evoluiu ela foi a minha nação nordestina.

Mas voltando pra nossa cultura, quem achar que literatura de cordel é fácil, então vá fazer. Ô negócio difícil pra se fazer. Quer ver a mulher endoidar pra te dar um cheiro no Cangote? vá fazer poesia que assim . O cordel é tudo, até poesia. Quando eu começar ver que estou ficando um matuto velho, penso o quanto eu tenho orgulho de ser nordestino. Quando eu e minhas crias que vão vim ainda, a cultura nunca nordestina nunca vai morrer e pra terminar com essa demonstração de amor pelo meu nordeste eu termino com um trecho de um poema cordelista, infelizmente não me lembro de quem é mais o poema é assim: Sou o gibão do vaqueiro, sou cuscuz sou rapadura. Sou vida difícil e dura. Sou nordeste brasileiro. Sou cantador violeiro, sou alegria ao chover. Sou doutor sem saber ler, sou rico sem ser granfino. Quanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de ser.


O Mistério Contido Nos VentosWhere stories live. Discover now