Capitulo 3

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- Eu não me importo! Eu quero Chaeyoung de volta, ela não devia estar lá. - pronunciou tal frase em um tom de raiva e desgosto, não sentira tanta raiva assim há anos, era algo que assustava os que a conhecia.

- Se acalme minha querida, é Chaeyoung, não vai demorar para ela se cansar. - retrucou para a mulher na sua frente, que estava resmungando coisas sem sentido, mas com um tom de fúria na voz.

- Vocês não fizeram nem questão de me avisar! - tacou a primeira coisa que viu no chão, a raiva já havia lhe consumido, e isso era óbvio. - Só fiquei alguns meses fora, e isso acontece! Ah, mas ele vai sim pagar.

.......

Mais uma vez a harpa soou, aquele som acalmava os anjos que ali estavam. Cada vez mais leve a melodia, ela aprimorava mais suas habilidades, já que era seu único passatempo ali. A cada dia, as letras eram menos rudes, se tornando mais doces e amigáveis. Se perguntara se, por algum acaso, o ambiente em que vivia, estava afetando sua personalidade.
Negou, "isso não seria possível" pensou com os olhos fechados, terminando a última estrofe da melodia.
Suspirou aliviada, só aquilo lhe dava paz.

- A voz de longe irá soar, e te alcançar onde estiver...

Abriu os olhos e sorriu para Ashly pela primeira vez desde que chegara ali.

- Não precisa dizer, minhas músicas são as melhores. Vocês não sabem fazer música.

- Chaeyoung, se gabar por coisas futeis é um pecado.

- E quem disse que estou me gabando? Não enche Ashly, mal fiquei perto de você e acho que vou pegar falsidade. Porque não foi para o inferno junto de Judas?

- Não queria lhe encontrar lá, apenas.

- Eu faria questão de não chegar nem perto de você.

O ódio entre as duas era algo intenso. Quando começavam a discutir, vários arcanjos interferiam, mas somente Deus era capaz de pará-las.

Chaeyoung decidiu ignorar a garota e começar a cuidar de Lalisa, já que esse era o seu dever no momento. Passara pela sua cabeça quais eram os pecados da garota de cabelo acinzentado, e se por acaso, tivesse um. Mesmo que fosse um anjo da guarda, a loira tinha em seu sangue a curiosidade sobre pecados e seus pecadores.
A observava de longe, balançando as pernas e deitada de bruço. Sentira uma vontade imensa de descer, apenas para tocar o chão e fazer tudo que Lalisa estava fazendo.

Estava distraída com seus pensamentos, não prestava mais atenção em pequenos detalhes, nem nos maiores e mais importantes. Mas algo a tirou disso; um arrepio percorreu por todo seu corpo, estava se sentindo observada, era uma aura esquisita, não era uma aura celestial. A garota estranhou e olhou para baixo, e finalmente viu quem a observava.
Não imaginava que isso seria possível. Contar ou não para Deus? Eis a questão.
............

- Esse ou esse? - Jennie perguntava pela 25° vez para sua melhor amiga qual roupa era a mais bonita. Lisa por sua vez, bocejou, demonstrando que estava claramente entediada. - Vamos lá Lisa, eu preciso de uma segunda opinião! Quero algo que pareça sexy, mas que não demonstre que eu quero cair matando em cima dela!

Hoje era o "encontro" de Jennie e Jisoo, por isso a mesma se sentira tão nervosa. Manoban sabia que era assim com todas as pessoas que a Kim saía, mas não demorava tanto ao escolher uma roupa.

- Jen, coloca um cropped e uma calça jeans, você fica maravilhosa de qualquer jeito mesmo. - se espreguiçou na cama em que estava deitada, após relaxar. Recebera um sorriso de sua amiga, pelo elogio.
A menina apenas agradecia mentalmente por ter dado certo, não aguentava mais escolher roupas.

- Lali, posso te fazer uma pergunta? - assentiu. Achou estranho Jennie lhe perguntar isso, ela sempre ia direto ao ponto. Mas decidiu ignorar. - Você acredita em anjos? Céu, inferno, demônios e coisas assim?

- Pra quem me conhece dês dos 7 anos você não sabe nada em Jennie Kim. - A morena olhou feio para Lisa, que riu com a expressão da mesma.

- Eu não sei. - respondeu - Eu não fui criada com a religião presente em minha vida, mas gosto de pensar que talvez possam ser reais.

- Interessante.

Negou com a cabeça e passou a mexer em seu celular enquanto Jennie se trocava. Rolava a página pelas redes sociais em busca de algo para lhe entreter, mas nada a interessava.
Deixando assim, o aparelho de lado e se deitando de barriga para cima. Fechou os olhos e começou a cantarolar uma música que havia acabado de inventar, algo que a distraiu. Pensou que talvez daria uma bela melodia misturar talvez um violino com piano. Até mesmo uma harpa, coisa que nunca vira ninguém tocar, somente em vídeos de internet.
"Stay with me" - era o refrão que havia acabado de chegar em seus pensamentos, nada tirava sua distração. Música era o que Lisa mais gostava de fazer. Amava compôr e cantar, mas ainda não havia encontrado ninguém para dar ritmo as suas canções.

- Estou bonita? - Jennie a interrompeu, fazendo-a olhá-la.

- Maravilhosa. Se Jisoo não quiser, eu vou querer.

Riu diante da frase que sua amiga acabara de dizer, e pensou o quão sua vida seria sem graça se Lisa não tivesse aparecido nela.

- Jennie, acabei de compor outra música. - murmurou baixinho, mas o suficiente para a morena ouvir.

- Onde? - a garota apontou para sua cabeça - E como ela é?

- É linda. - seus olhos brilharam ao falar tais palavras. - Quero que cante comigo quando eu passar para o papel.

- Seu pedido será uma ordem.

Trocaram um lindo sorriso, satisfeitas com suas compatibilidades. Era impossível dizer que as duas não se completavam, eram quase como irmãs.
........

- Te viu? Como isso é possível? - Miguel exclamou, como se tivesse abismado com o que acabara de ouvir.

- Não pergunte para mim, ela estava apenas me encarando. Sabia que eu estava ali. - retrucou Chaeyoung. - Um semi anjo, talvez?

- Isso é impossível, fazem mil anos desde que um semi anjo não é visto, muito menos encontrado! E nós conseguiríamos saber quando é um.

- É, mas dessa vez não conseguiram. - falou com os braços cruzados. - Aceite que você também erra.

Deus apenas se calava diante daquela situação, pensando no que poderia ter acontecido para nascer um semi anjo. Os que desciam, se tornavam anjos caídos e não eram mais aceitos no céu.
Ao menos que...

- Algum anjo caído possa ter feito tal coisa. - Balbuciou o senhor, não haveria outra explicação.

Estava mais que claro o que  estava sendo dito ali, a garota era filha de um anjo caído, não teria como negar esta atrocidade. O mundo de humanos e celestiais não se misturavam para não haver tal complicação.
Alguma atitude teria de ser tomada, e isso estava claro.

Meu Anjo da Guarda - CHAELISAOnde histórias criam vida. Descubra agora