Capítulo 4

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Era noite, o céu havia se tornado ainda mais tranquilo. Uma calmaria tomava conta do local, com uma brisa gélida era o que deixava tudo ali ainda mais confortável de se viver. Chaeyoung apenas estava deitada, curtindo o som que sua cabeça proporcionava para si. Mas a mente estava em um outro lugar, se imaginava em casa depois de tanto tempo fora. Sua mãe não gostaria de saber que a filha havia sido traga ao céu, ficaria furiosa em meio de tantas emoções que poderia sentir.

Park não desejava mais nada além de poder estar de volta ao que era. Poder fazer o que fazia, se divertir com o mundo humano da sua forma. Passavam-se várias vezes pela sua cabeça em simplesmente descer, mas algo a proibia disso, apenas não sabia o que era, mas a limitava. Se bem que Chaeyoung nunca se limitou a nada, e isso não a impediria de fazer o que lhe desse vontade.

Porém algo a tirou de seus pensamentos. Uma forte dor na cabeça a atingiu, uma dor física. Não sabia o que era, apenas tentou se levantar, não obtendo sucesso algum nesse feito. Aquilo a estava agoniando, como? Anjos não sentiam dores assim, não anjos como ela, era algo sem explicação. Então olhou para baixo, pensava que talvez algo havia acontecido com Lalisa, mas ela estava 100% bem, estava se divertindo com uma amiga sua.

Alguns minutos depois, a dor passou, e foi como se ela nunca nem ao menos tivesse existido. Se sentia agoniada, teria sido somente algo da sua cabeça? Não, pensou ela, não teria como. Porém, algo lhe chamou a atenção, após a dor em si ter passado, sua protegida estava com as mãos na cabeça, como se tivesse sentindo uma forte dor, podendo ser a mesma que sentira há alguns minutos atrás. Chaeyoung não sabia o que era aquilo, não sabia do que se tratava, então, por impulso foi falar com Deus.

Ao abrir as portas do salão principal, se dirigiu a ele, explicando sua situação e como isso seria possível. Já Deus, nada disse. Perguntava várias e várias vezes, mas não estava obtendo uma resposta.

- Por que você não me responde? - esbravejou Chaeyoung, após mais uma falha tentativa. - Não é só comigo, Lalisa também sentiu ela segundos depois que a dor passou!

Ele a olhou espantado, nada do tipo nunca havia acontecido com nenhum anjo, muito menos com um protegido. Afinal, seres celestiais e humanos, não compartilhavam a mesma conexão. Nem mesmo se for com um anjo da guarda.

- Chaeyoung, isso não era para acontecer. - ela o olhou com um rosto interrogativo. - Isso só aconteceu com você, desde que eu me lembre.

- Mas como? Eu não tenho intuito algum de fazer mal para ela.

- Chaeyoung, você é um-

- Não importa o que eu sou! - o interrompeu, ela não estava nada feliz com o que ele estava insinuando. - Isso não significa nada. Se você pensa igual a todo mundo nesse lugar, porque me trouxe para cá?

Ele tentou explicar, não pensava da mesma forma, apenas queria mostrar pra ela que não era tão simples assim. Mas sabia que ela provavelmente não ouviria.

- Eu não penso igual os outros, apenas acho que possa estar influenciando em algo.

- Tanto faz. Só me fala, como eu faço isso parar? Se me afetar de novo, afeta ela.

Deus não sabia se realmente falava para Chaeyoung o que poderia ser feito, ela poderia causar problemas dessa maneira. Mas se ela sofresse, Lalisa também sofreria. Ele não queria que nenhuma das duas se sentissem assim, afinal, eram suas filhas.

- Tem uma coisa que talvez possa ser feita, mas não sei se você irá conseguir.

.......

Jennie estava com Lisa, que estava sentindo uma terrível dor de cabeça. A garota sentia a agonia que sua amiga sentia naquele momento.
Mas não sabia como havia acontecido, elas estavam comentando sobre o encontro com Jisoo, e foi algo repentino.
Quando menos esperava, a Manoban levantou da cama, como se nada tivesse acontecido.

- Lisa? Não levanta assim! Já melhorou? - perguntava preocupada.

- Já sim. Sinto como se, aquela dor nunca nem tivesse existido.

Olhou para Jennie confusa, não sabia o que estava acontecendo. A morena, por sua vez, apenas negou com a cabeça, dizendo que pelo menos havia passado.
Lisa não queria dormir sozinha aquela noite, sua mãe estava no trabalho junto de seu pai, ela sentia medo. Não queria que a dor voltasse, muito menos lidar com ela sozinha, então convenceu sua melhor amiga de ficar com ela naquela noite.
Aos poucos, elas voltaram a conversar sobre coisas diversas e se divertirem.

- Lali, sabe, eu sinto falta da Irene.

Lalisa suspirou, fazia tanto tempo que Jennie não tocava no nome dela, era como se quando ela falava, doía mais do que se Lisa pensasse e lembrasse sozinha.

- Eu não falo isso por causa do que eu sentia, mas sim da presença e da amizade dela. Ela era quase que nossa irmã mais velha, sinto falta das broncas.

- É, eu também...

Mas as duas acreditavam que ela estivesse melhor onde ela está, e seja lá onde ela está, não deixavam de acreditar nisso.

Meu Anjo da Guarda - CHAELISADonde viven las historias. Descúbrelo ahora