PROLOGO

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— Meniat, Vilarejo do Império Romano-Germânico — 1657 d.C

Os segredos da eternidade constituem tudo o que é e o que para sempre será. É imerso em profundas indagações que as pequenas coisas se transformam em grandes coisas, em grandes feitos, e esses feitos transformam o que será e o que virá.

É embasado em questões tão inegavelmente complexas, indecifráveis e vastas que a humanidade se dispõe e tenta racionalizar, mitigar, facilitar ou mesmo dar explicações a sua ínfima insignificância diante do que é maior e mais poderoso que a mera mortalidade de vossos corpos.

Certa vez, o que é transformou a existência no que pode ser, pois nada originava-se do nada. Pequenos feitos, grandes consequências. Feitos esses que forçaram o surgimento da primeira luz sobre o que antes tudo era feito de trevas.

As trevas eram irracionais porquanto representavam apenas a essência da luz, porque luz se fez a partir das trevas.

Diante do fim da existência terrena, as grandes indagações humanas se transformam em respostas para aqueles que conseguem ver e entender, mesmo que agora distantes, que não estão sozinhos na vastidão que compreende-se apenas com uma terra e seus vizinhos mais distantes, iluminados pela luz finita de uma massa inerte e incandescente.

Questões indecifráveis e respostas inteligíveis estão e para sempre estarão imersas nas profundezas do que é. Mas, a fim de que essa experiência seja melhor compreendida por você, transformarei essa explicação em algo que sua insignificância humana possa entender.

Foram chamados de Reinos, os mundos, as formas, as energias, as essências que homens comuns não entenderiam.

Eram três os Reinos:

Agamir, o reino dos homens. Esse é o reino do que se pode sentir, tocar e ver. Nessa reino há entropia e desordem, além de pecado e livre arbítrio a qual a todos foi concebida pela ordem dos justos e dos superiores que lá suas sandálias não pisavam por ser terra imunda e imersa em pecados.

Gallir, o reino dos espíritos. Lar daqueles que foram incumbidos de receber tanto os justos quanto os injustos, pois eles também eram mortais e a aquele caminho, a aquela trilha, a aquele corredor percorriam os que se desgarravam da mortalidade do corpo físico e ascendiam em glória ou em desgraça a próxima transformação. Ali, mortal algum chegava, pois era aquele o reino daqueles que foram elevados.

De um lado estavam os guardiões dos portões que levavam aos céus, ao reino daquele que foi, que é e que será. O alfa e ômega. Seu domínio era a magia, o jugo e o zelo pelo equilíbrio entre os reinos; nada impuro jamais deveria entrar ou regressar ao mundo homens. Seus nomes foram diversos, assim como as personificações da sua presença em terra de homem.

Chamaram de Potestades-Iluminadas os seres alados enviados pelo Senhor. Chamaram feiticeiras aquelas que adoravam o espirito e faziam magia a fim de curar a terra e os enfermos. Chamaram de Verndare os guardiões de mundos e reinos que conviviam em segredo entre os seus pares para garantir que mal algum os atormentaria. Seus nomes não importavam, apenas que por hoje e para sempre, seriam eles quem manteriam o caos e o desequilíbrio longe do mundo humano.

Mas, assim como toda luz, também há trevas e loucura. Diz-se que a loucura é capaz de transformar os homens, mas eles nunca foram homens, pois não pertenciam a Agamir.

Esses foram rechaçados do reino dos céus e enviados as profundezas que o homem entendeu como inferno, o reino da dor, do medo e onde residia A Morte. Lá habitavam os Sirus, aqueles que haviam perdido a luz que os protegia em sua tarefa de zelar pelos espíritos no caminho até a morte. Eram também chamados de Potestades-caídas. A eles foi dada a condenação eterna; a loucura e as trevas. Agora, distantes da luz de Deus, sua única obra era desviar aqueles que caminhavam pelo Corredor Escuro, porque a pureza e as almas eram o seu alimento. E não negarão oportunidades de força-los a regressar ao mundo dos homens, levando consigo a peste, a guerra, a morte e a vingança para os que haviam morrido com assuntos inacabados.

Sirus: Os Outros Vampiros (Vencedor #TheWattys2020)Where stories live. Discover now