Capítulo 7

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Ódio!

Eu estava com ódio da Caneta que vira e meche encostava nas minhas costas. Não só estava com ódio da Caneta como também estava estressada com o dono dela.

Matthew insistia em encostar aquela caneta em mim para me desconcentrar da aula, me mantive quieta, o professor Bennett não gostava de interrupções. Embora eu aparentasse plena felicidade eu ainda não tinha engolido a história de Mary Anne, mas deixei quieto.

No final da aula o professor liberou todo mundo menos o Aaron, o que era estranho ele não se importava com aluno algum, era cada um por si. Eu já tinha reparado a um tempo que todo mundo na faculdade tinha um pouco mais de carinho com o Aaron, mas eu não ligava, eu conseguia o que queria sem a ajuda de ninguém.

Já no corredor eu tive a leve impressão de ouvir alguém me chamar mas com a quantidade de pessoas falando ao mesmo tempo poderia ter sido só uma impressão.

- Melina! - não, não era uma impressão, tinha realmente alguém me chamando, e eu não queria falar com esse alguém.

Eu me virei e vi o Aaron correndo em minha direção.

- O que foi? - eu não conseguia evitar, o rostinho bonito dele me dava impaciência.

- Olha eu não vou discutir com você - ele disse caminhando ao meu lado - o professor acabou de me dar a maior bronca por causa da prova e disse pra eu te procurar.

Naquele momento eu queria decapitar o senhor Bennett.

- E eu tenho cara de professora agora? - eu disse arqueando as sobrancelhas e olhando pra ele.

Já era certo, daquela enrascada eu não ia sair.

- Ele disse que talvez você possa me ajudar, que é a melhor aluna dele e eu preciso muito de ajuda - ele entrou na minha frente impedindo minha passagem - Me ajuda por favor.

Ele parecia implorar e como eu estava em divida com ele por ter me levado pra casa naquele sábado eu resolvi ajudar.

- Está bem, esteja hoje na minha casa as 18:00h - eu disse passando por ele e indo em direção a porta - e vê se não se atrasa.

Não olhei pra trás, e como se o meu corpo lutasse contra uma pequeno sorriso ele acabou saindo.

Eu sempre gostei de estar em alta velocidade, eu me sentia tão bem, eu só nunca pensei que a alta velocidade um dia pudesse ser minha pior inimiga, a sensação de liberdade agora era minha prisão, e como se fosse um nada, a única coisa que eu me lembrava era de pisar no freio e não adiantar nada. Eu sentia dor, muita dor, mas antes dessa dor horrível eu ouvi barulhos de metal se colidindo.

*. *. *.

Nunca tive medo da morte, mas sempre tive medo de como eu iria morrer. O meu maior medo mesmo era a água, morrer afogada, pra mim era a morte mais agoniante. Eu via uma luz forte, ouvia vozes. Mas espere aí ! Eu não morri, não ainda.

O quarto branco tinha um ar nostálgico, e foi ali que eu senti, meu corpo inteiro doía, mas principalmente as costelas e a perna esquerda.

- Finalmente acordou - a voz vinda do lado direito do leito me fez virar a cabeça.

Aaron estava sentado em uma poltrona me observando. Eu jamais entenderia porque ele sempre estava comigo nas horas que eu mais precisava, será que era um sinal, um jogo de muito mal gosto do destino?

- O que está fazendo aqui? O que eu estou fazendo aqui? O que aconteceu? - eu tentei me sentar mas minhas costelas reclamaram, eu era tomada de uma dor que eu nunca havia sentido antes, por fim consegui me ajeitar.

Segredos Do Tempo_ Volume 1Where stories live. Discover now