Capítulo 23

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Aaron

Nunca me imaginei daquele jeito, a algum tempo atrás eu já teria ido embora e talvez nem lembrasse mais o nome dela, ou nem teria saberia. Mas não. Ali estava eu mais preso do que eu jamais pensei que estivesse, e o estranho era que eu gostava daquilo, talvez eu nunca tivesse me apaixonado antes, mas melhor assim, o destino me reservou a mais bela de todas as mulheres. Mas eu tinha que me casar, eu não estava pronto, mas o conselho me deu duas escolhas, ou me casar, ou me depor da linha de sucessão, e mesmo que eu não estivesse pronto era com a Melina que queria me casar, talvez eu estivesse com febre, ou ficando doente, mas se fosse pra passar a vida toda ao lado de alguém, que seja ao lado da mulher que eu amo.

Será que ela aceitaria? Ficaria feliz ou acharia um absurdo completo, lembro-me da proposta do meu pai, para me casar com ela, tinha poucos dias que eu a havia reencontrado, não pensei que mudaria de ideia assim. Provavelmente ela brigaria comigo ia dizer que estou ficando louca, mas ela seria a rainha perfeita.

O rosto angelical da minha garota se contorceu levamente em uma expressão de reprovação ao toque repentino do meu celular, o peguei rapidamente antes de recusar a chamada que por sinal era do meu pai, por sorte não acordou a Melina. Me afastei da cama antes de retornar a ligação, entrei no closet dela — que por sinal era tão grande quanto o quarto— alguns segundos antes de meu pai atender.

— Aaron... Seu irresponsável ! — ele enfatizou bem a última palavra, com sua voz rouca e ainda assim sem gritar.— eu vou te matar.

— Pai, calma eu não sou nenhuma criança.

— Exatamente por isso, você esqueceu que o primeiro ministro quer que você partícipe da reunião daqui a uma hora? — um certo desespero tomou conta de mim naquele momento. — seja lá onde voce estiver, vem pra casa agora.

— Pai eu estou a mais de meia hora de casa.

— Se vira! Se você não aparecer pra essa reunião é minha cabeça que vai rolar.

— Não exagera né!

— Você tá fazendo o que aí ainda? Vem pra casa agora, voando de preferência e reza pra chegar antes do primeiro ministro! — com essas palavras ele desligou.

Meu coração disparou, só não bateu mais que quando a Melina olhava pra mim. Corri de volta para o quarto onde Mel esperava já acordada, seus cabelos estavam bagunçados deixando ela mais linda do que já era. Eu andei pelo quarto pegando minhas coisas.

— Bom dia — o sorriso dela foi desaparecendo aos poucos enquanto ela me observava — o que aconteceu?

Sua voz ainda estava um pouco sonolenta, ah deus! Que fofa! Coloquei minha calça rapidamente antes de correr ate a cama novamente e me sentando em frente a ela, ela olhou nos meus olhos fazendo um arrepio percorrer minha espinha.

— Meu pai precisa de mim, vou ter que ir agora— seus olhos tomaram um brilho triste, o que partiu meu coração.

— Mas ainda é tão cedo — ela fez uma carinha triste ficando ainda mais fofa do que já estava.

Ela fez um biquinho e não me contive em beija-la, suas mãos subiram até meu pescoço, seu toque era tão bom.

— Você está linda essa manhã — ainda dava pra melhorar Aaron Kardec — correção: você é linda a qualquer hora do dia.

Ela abriu um sorriso e em seguida me abraçou, um abraço quente e longo. Quando ela se afastou eu me levantei rapidamente antes de sentir sua mão escorregar pelo meus abdômen, me fazendo querer mais, mas eu não tinha tem.

Assim que sai da casa da Melina corri o mais rápido possível pra minha, eu nunca acelerei aquele carro tanto quanto naquele dia. Por sorte cheguei em vinte minutos, meu pai andava de um lado para o outro na porta da frente do Castelo, era possível ver o nervosismo em seu rosto.

— Finalmente!— ele disse quando passei rapidamente por ele — posso saber porque o senhor está com o cheiro da minha afilhada?

Eu virei pra ele espantado, mas o que...?

— Como você sabe que é dela? — eu não percebi quando as palavras saíram da minha boca.

O que estava acontecendo comigo naquela Manhã?

— Por que eu comprei pra ela, vocês finalmente deram certo? Diz que sim, pelo menos uma coisa boa nessa Manhã. — ele implorou entrando no elevador ao mesmo tempo que eu.

Eu suspirei, ele era meu pai, e apoiava nós dois antes mesmo de nós apaixonarmos.

— Não demos certo — por uns instantes vi ele brochar — a gente se completa pai, e acho que é a primeira vez que vou dizer isso mas ...Se eu preciso me casar pra me tornar rei, eu quero que seja com ela.

Um sorriso brotou nos lábios finos de meu pai, antes dele levantar as mãos pra cima como se estivesse agradecendo a Deus por algo.

— Até que enfim, eu sabia que vocês dóis iam dar certo, você é louco por ela desde criança — ele se virou pra frente e colocou as mãos nos bolsos.

Eu olhei pra incrédulo.

— A gente nunca deu certo quando crianças pai, você sabe disso — lembrei-o.

Ele olhou pra mim com sarcasmo nos olhos, sem acreditar em sequer uma palavras do que eu disse.

— Me engana que eu gosto, Aaron — ele disse antes do elevador se abrir, em seguida ele saiu de lá rapidamente.

Eu suspirei e fui atrás dele pelo corredor. Após colocar um terno que  incomodava mas que ao mesmo tempo me dava um ar importante, fomos eu e meu pai para a sala de reunião, o primeiro ministro falau tudo e mais um pouco, na maior parte do tempo meus pensamentos se voltaram para a Melina e para a noite anterior, ela me deixava louco, aquele corpo, aquela boca rosada. As vozes na sala me trouxeram de volta a realidade, uma das empregadas trazia xícaras com chá para todos, e para mim café. Ótimo, precisava de um café naquela manhã tão movimentada.

Algumas horas depois já não tinha mais ninguém na sala além de mim e do meu pai.

— Você estava tão longe durante a reunião — disse meu pai se levantando da cabeceira da mesa e vindo até mim se escorando do meu lado na mesa.

Eu sempre adorei o meu pai, sempre vó admirei muito, embora ele não amasse a minha mãe e todas as mulheres que já passaram por ali ficassem loucas com ele, ele nunca traiu ela.

— Adoraria conversar pai, mas eu tenho que ir pra faculdade. — eu me levantei e fui em direção a porta enquanto abotoada o paletó novamente.

Por sorte ele não forçou a barra, mas senti seus olhos queimarem minhas costas antes de sair pela porta.

Segredos Do Tempo_ Volume 1Where stories live. Discover now