À Noite.

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Todo o meu corpo tremia pelo nervosismo que me dominava naquele momento. Depois que enviei uma mensagem para os meus amigos dizendo que tive que ir embora, Jimin e eu entramos na Mercedes e embarcamos para uma de suas casas, pela cidade de Nova York. Embora estivesse com um pouco de receio, o loiro me passava tranquilidade apenas em segurar minha mão. Nossos dedos estavam perfeitamente entrelaçados uns nos outros, enquanto sua outra mão conduzia o automóvel. Uma música lenta, que julguei ser do Jacob Lee, soava timidamente pelo carro. 

Desviei minha atenção da melodia calma que tocava e encarei o homem ao meu lado, o qual mantinha um olhar sério no rosto. Fiz carinho em alguns de seus dedos, o que lhe chamou a atenção. Sorri ao ter o olhar retribuído mesmo que fosse por poucos segundos, já que o Park estava dirigindo. Tomei a liberdade em me aproximar da beirada do banco, encostando a cabeça em seu ombro e inalando o perfume másculo dele. Eu sentia uma abstinência surreal, apenas para tê-lo por perto. Era como se, cada partícula minha, necessitasse de Park Jimin. Fechei os olhos, me embriagando com o clima que havia se instalado sob nossas cabeças. 

— Não durma, Olívia. — A voz rouca do homem me despertou daquele transe. 

— Não irei. — Falei firme, abrindo os olhos lentamente. 

— Vi que está usando o iPhone. — Comentou, sorrindo de canto. — Está gostando dos recursos dele? 

— Muito. — Sorri, sincera. — Mas é muito dinheiro para um telefone. — Levantei o rosto, o fitando bem de perto. 

— Você merece o melhor, Olívia. — Ditou baixinho e pelo impulso, deixei um beijo em sua bochecha. — Senti falta do seu cheiro nesses dois dias. 

— É bom estar com você, Jimin. — Confessei, sentindo minhas bochechas esquentarem um pouco. 

Ele sorriu, mordiscando o lábio inferior. 

— É bom te ouvir falando isso. — Soltou minha mão e passou o braço ao redor dos meus ombros, me abraçando de uma forma desajeitada pela posição que estávamos. — Estamos quase chegando, ok? — A rouquidão de sua voz me fez suspirar. 

Concordei com a cabeça e ficamos em silêncio outra vez, ao passo em que uma outra música começava a tocar no som. Voltei a me sentar corretamente no banco para não o atrapalhar e alguns minutos depois chegamos em sua residência. Era incrivelmente linda por fora, com portões brancos e alguns coqueiros bem verdinhos. Felizmente a rua estava calma, então desci despreocupadamente da Mercedes, depois que o dono dela abriu a porta para mim. Jimin acionou o alarme do automóvel de luxo e em seguida abriu o portão da casa com um controle, segurando minha mão e me guiando para dentro. 

— Nossa... — Ciciei, admirada. As luzes acendiam sozinhas e o jardim possuía o verde mais bonito e vivo. — É uma casa de lazer? 

— Sim. — Ele me respondeu com um sorriso de tirar o fôlego. — Gostou, Liv? 

— Gostei sim. — Retribuí o sorriso, ajeitando a alça da bolsa em meu ombro e o acompanhando até o fundo da casa. — Você vem aqui sempre? 

— Na verdade não. — Negou, virando o rosto para poder olhar em meus olhos. — Nem me lembro qual foi a última vez em que vim aqui. 

— É que está tudo organizado... — Murmurei. 

— Tem um casal que cuida daqui pra mim, duas vezes na semana. — Explicou, sorrindo. — Na segunda e na sexta. 

— Entendi. — Apertei seus dedos suavemente. 

— Gosta de uvas? — Perguntou, curioso. 

— Bastante. — Ri fracamente. — Por quê? 

𝐖𝐈𝐒𝐇𝐄𝐒, 𝘗𝘢𝘳𝘬 𝘑𝘪𝘮𝘪𝘯Where stories live. Discover now